ATA DA CENTÉSIMA SEXAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 11.11.1991.

 


Aos onze dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e noventa e um reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Centésima Sexagésima Segunda Sessão Ordinária da Terceira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adroaldo Correa, Artur Zanella, Clóvis Brum, Clóvis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gert Schinke, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José, Nelson Castan, Nereu D’Ávila, Omar Ferri, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos, Wilton Araújo e Dilamar Machado. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Vereador Edi Morelli que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. Após, o Senhor Secretário procedeu à leitura da Ata da Centésima Sexagésima Primeira Sessão Ordinária e da Ata da Quadragésima Primeira Sessão Solene, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Ervino Besson, 05 Emendas aos Projetos de Lei do Legislativo nºs 223, 224, 225, 226 e 227/91, respectivamente, e 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Luiz Machado, 01 Emenda ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 29/91; pelo Vereador Nereu D’Ávila, 01 Pedido de Providências; e pelo Vereador Omar Ferri, 01 Indicação e 01 Pedido de Providências. Do EXPEDIENTE constou Ofício s/nº, da Associação Comunitária dos Moradores do Jardim Passo das Pedras II. A seguir, foram aprovados Requerimentos, verbais, dos Vereadores Luiz Machado, Edi Morelli, José Valdir e Isaac Ainhorn, para que fosse invertida a ordem dos trabalhos da Sessão, iniciando-se pela Ordem do Dia, e que fossem apreciados com prioridade os processos constantes das folhas 5, 4, 11, 12 e 6, da agenda de Sessão. Em continuidade, foi aprovado Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, nesta data, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, Clóvis Brum e Dilamar Machado, por vinte e dois Votos SIM, contra um Voto NÃO e uma ABSTENÇÃO e, submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Isaac Ainhorn. Votaram Sim os Vereadores Clóvis Brum, Clóvis Ilgenfritz, Dilamar Machado, Décio Schauren, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gert Schinke, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, João Motta, Jaques Machado, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Luiz Machado, Mano José, Nereu D’Ávila, Vicente Dutra, Adroaldo Correa, Vieira da Cunha e Wilson Santos; votou Não o Vereador João Dib; e optou pela Abstenção o Vereador Cyro Martini. Na oportunidade, o Senhor Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Cyro Martini, sobre a data e horário da licença do Senhor Prefeito Municipal; João Dib, acerca de precedente na substituição do Senhor Prefeito Municipal e afastamento do Vereador Airto Ferronato. Ainda, o Senhor Presidente deferiu Requerimento do Vereador João Dib, solicitando expediente com data e horário de aprovação de Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt, de Licença para Tratar de Interesses Particulares. Na ocasião, o Senhor Presidente apregoou Ofício nº 81/91, do Senhor Vice-Prefeito Municipal, informando sua impossibilidade de assumir o Executivo Municipal. A seguir, o Senhor Presidente declarou empossado na Vereança os Suplentes Heriberto Back e João Bosco e, informado que Suas Excelências já prestaram compromisso regimental neste Legislatura, comunicou-lhes que ficavam dispensados de fazê-lo, anunciando que passariam a integrar as Comissões de Justiça e Redação e de Finanças e Orçamento, em substituição aos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Airto Ferronato, respectivamente. Após, nos termos do inciso II, do artigo 81, do Regimento Interno, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Elói Guimarães, o qual notificou estar, neste momento, sendo derrubado, pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, o CTG Poncho e Minuano, no Parque Chico Mendes, localizado no Bairro Dona Leopoldina, a despeito de lei aprovada nesta Casa. Apelou aos seus Pares e ao Executivo para que façam cessar esse ato atentatório à cultura do nosso Estado. Às quinze horas e quarenta minutos foram suspensos os trabalhos, nos termos regimentais, sendo os mesmos reabertos às quinze horas e quarenta e um minutos, após constatada a existência de “quorum”, e iniciada a ORDEM DO DIA. A seguir, foi aprovado Requerimento do Vereador Luiz Machado, solicitando a retirada, nos termos do artigo 146 do Regimento Interno, das Emendas nºs 02, 03, 05 e 06 apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 50/91, e foi deferido pelo Senhor Presidente Requerimento do Vereador Leão de Medeiros, solicitando que seja votada com destaque a Emenda nº 13 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 50/91. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 50/91, com destaque das Emendas a ele apostas. A seguir, foram aprovadas as Emendas nºs 04, 09, 11 e 12 apostas a este Projeto, votadas em bloco, e foi aprovada a Emenda nº 13, votada destacadamente. A seguir, em Discussão Geral e Votação foi rejeitado o Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 28/91, por dez Votos SIM contra dezoito Votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Dilamar Machado, Ervino Besson, Jaques Machado, Luiz Machado, Nelson Castan, Nereu D’Ávila, Vieira da Cunha, Adroaldo Correa, Cyro Martini e Giovani Gregol e votaram Não os Vereadores Clóvis Brum, Décio Schauren, Edi Morelli, Gert Schinke, Wilson Santos, João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Luiz Braz, Mano José, Vicente Dutra, Heriberto Back, João Bosco, Artur Zanella e Clóvis Ilgenfritz, tendo sido submetido à votação nominal pelo Vereador Edi Morelli. A seguir, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 28/91, com ressalva do destaque a ele aposto. Ainda, foi rejeitada a expressão “hospitais” constante do artigo 1º, § único, deste Projeto, votada destacadamente por solicitação do Vereador João Dib, e foram aprovadas as Emendas nºs 01, 02 e 03, considerando-se prejudicada a Emenda nº 04. O Projeto de Lei do Legislativo nº 28/91, bem como o Substitutivo e as Emendas a ele apostas foram discutidos pelos Vereadores Cyro Martini, Edi Morelli, Elói Guimarães, José Valdir, Leão de Medeiros, Giovani Gregol, Lauro Hagemann e Gert Schinke. Na ocasião, o Senhor Presidente respondeu Questão de Ordem do Vereador João Dib, sobre a prejudicialidade de da Emenda nº 04 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 28/91, e foram suspensos os trabalhos por um minuto, nos termos regimentais. A seguir, foi aprovado Requerimento do Vereador Nereu D’Ávila, solicitando que seja adiada por uma Sessão a discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 198/91, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Wilson Santos, Isaac Ainhorn, Artur Zanella, Leão de Medeiros, Clóvis Ilgenfritz, Luiz Braz e Clóvis Brum. Na ocasião, o Senhor Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Adroaldo Correa, Isaac Ainhorn, José Valdir, João Dib e Nereu D’Ávila, acerca do processo de votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 198/91. Na ocasião, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Dilamar Machado, solicitando prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, e do Vereador Clóvis Brum, solicitando a votação, em último lugar, na próxima quarta-feira, do Projeto de Lei do Legislativo nº 198/91. Na ocasião, os trabalhos estiveram suspensos por quatro minutos, nos termos regimentais. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nºs 189 e 190/91, após terem sido encaminhados à votação pelos Vereadores João Dib, José Valdir e Clóvis Brum, e  nºs 195 e 196/91. A seguir, foi aprovado Requerimento do Vereador João Dib, solicitando que o período de Comunicações da Sessão Ordinária do dia vinte e seis de novembro do corrente ano seja destinado à solenidade de entrega, ao Vereador Vicente Dutra, do título “Cavaliere Ufficiale nell’Ordine al Merito della Republica Italiana”. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 84/91. Ainda, foram aprovados os seguintes Requerimentos, solicitando dispensas de distribuição em avulsos e interstícios para as Redações finais dos Projetos em questão, considerando-as aprovadas nesta data: do Vereador Edi Morelli, com relação ao Projeto de Lei do Legislativo nº 28/91; do Vereador Isaac Ainhorn, com relação ao Projeto de Lei do Legislativo nº 84/91; do Vereador Luiz Machado, com relação ao Projeto de Lei do Legislativo nº 50/91; do Vereador José Valdir, com relação aos Projetos de Lei do Legislativo nºs 189, 190, 195 e 196/91. Às dezoito horas e cinqüenta e quatro minutos, constatada a inexistência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Omar Ferri e Leão de Medeiros e secretariados pelos Vereadores Leão de Medeiros e Clóvis Ilgenfritz. Do que eu, Leão de Medeiros, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e por mim.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Omar Ferri): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão.

 

O SR. LUIZ MACHADO (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro à Mesa, para exame do Plenário, que iniciemos pela Ordem do Dia, Pauta e Grande Expediente. Segundo Requerimento: que, ao ingressarmos na Ordem do Dia, para votação dos projetos, que o Proc. nº 0921/91 tenha primazia sobre os demais, seja o primeiro a ser votado. Agradeço, Sr. Presidente.

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, eu solicito, na forma do art. 81, do Regimento, tempo para falar sobre assunto inadiável.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa solicita a V. Exª que aguarde, apenas, as decisões. Primeiramente, a solicitação do Ver. Luiz Machado, e vamos ver se trata-se de um Requerimento, também, a questão do Ver. Edi Morelli.

 

O SR. EDI MORELLI (Requerimento): Sr. Presidente, o meu Requerimento é para que, tão logo seja votado o Projeto do Ver. Luiz Machado que está na folha 05, que seja o Projeto de Lei do qual nós iniciamos a discussão na sexta-feira, Proc. nº 2368/90, na folha 03, e que após a votação seja dada a continuidade na votação do Proc. nº 0508/91, PLL nº 028/91, que foi adiado por uma Sessão, na folha 04.

 

O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Fui informado agora de que vai ser votado hoje o Projeto de Lei do Ver. Isaac Ainhorn sobre o funcionamento do comércio aos domingos, e eu gostaria de saber se este Projeto passou por alguma Comissão Permanente da Casa?

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa solicita à assessoria o referido Projeto de Lei de que fala o Ver. Artur Zanella, para que possamos responder à Questão de Ordem. Estamos aguardando, Vereador.

Sobre a mesa, Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares nesta data. O Requerimento está assinado pela maioria dos componentes da Mesa.

Com a palavra, para encaminhar, o Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, já havia solicitado tempo na forma do art. 81 do Regimento Interno para falar sobre um assunto que está acontecendo neste momento, quando o Vice-Presidente da Câmara assume a Prefeitura. Acontece que a Câmara está sofrendo um desprestigiamento, e esta Casa, contrariando posicionamentos anteriores, se manifesta contrariamente ao que dispõe a lei.

Lembro perfeitamente da época em que o Ver. Clóvis Brum era Vice-Presidente da Casa e iria assumir a Prefeitura, e não pôde. Daí por que falo no desprestigiamento desta Casa, porque esta Casa, ela mesma faz as leis; tomamos as decisões, e depois não as cumprimos. Na sexta-feira, por exemplo, eu falava que não poderia cumprimentar a Câmara, mas poderia cumprimentar o SINDICÂMARA, porque havia o Sr. Prefeito retirado do salário dos servidores municipais, e o SINDICÂMARA estava lutando para que a lei fosse cumprida. Ser Presidente desta Casa, ninguém é obrigado; mas, se disputou, deve arcar com o seu ônus. Por isso, se pediu licença o Sr. Prefeito, não pode viajar o Presidente da Câmara, pois esse deve assumir a Prefeitura.

Em primeiro lugar, estamos viajando demais nesta Casa. Viajam não sei para onde, não sei quando, só vejo quando já estão lá fora; nunca sou consultado, nem sei como viajam. Mas sempre tem alguém viajando. Agora, o Presidente tinha que estar lá na Prefeitura, mas não podia: tinha que viajar. Fizeram assumir o 1º Vice-Presidente da Casa, Ver. Airto Ferronato. Impedido o Prefeito, por ter de viajar; impedido o Vice-Prefeito, porque tinha que viajar; impedido o Vice-Prefeito, porque tinha que viajar; impedido o Ver. Antonio Hohlfeldt, o Presidente, pois tinha de viajar. Assumiu o Ver. Airto Ferronato que, segundo ouvi, convocou o secretariado para mandar retirar das ruas da cidade os quebra-carros absurdos, que foram colocados nas ruas. Mas não compete a alguém de passagem na Prefeitura modificar as condições de um Governo eleito, que por isso deve ser respeitado.

Mas isso ocorre porque não nos respeitamos. Não exigimos que o Sr. Prefeito pague aquilo que votamos. Agora, não deixamos o Ver. Clóvis Brum assumir a Prefeitura Municipal, porque era o 1º Vice-Presidente, pois a Lei Orgânica é clara: assume o Vice-Prefeito; no impedimento do Vice-Prefeito, o Presidente da Câmara; e ninguém mais. E é por isso que nós estamos nos autodesprestigiando. É por isso que nós não merecemos muito respeito do Executivo e é por isso, até, que nós, por seis Líderes, assinamos um documento pedindo audiência com o Sr. Prefeito, e ele não nos deu, e ficou tudo por isso mesmo. Porque está nos faltando aquela força da certeza de que nós agimos bem. O Vice-Presidente desta Casa não poderia assumir a Prefeitura, em decisão da própria Casa, e o Presidente da Casa tem que colocar acima de seus interesses particulares, de viajar a Rio Grande, o interesse da Cidade.

Eu acho que é chegada a hora de começar a trabalhar, e viajar menos. Volto a dizer: ninguém é obrigado a ser Presidente da Câmara; mas, se for, tem que ser 24 horas por dia. Não se pode colocar o interesse da Cidade em segundo lugar. Havia um interesse, já que o Prefeito e o Vice estavam impedidos. O Presidente da Câmara teria que assumir a Prefeitura. Poderia adiar lá em Rio Grande, não poderia adiar aqui. Por isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu peço que seja negada, para que esta Casa tenha a vergonha de olhar para dentro de cada um dos Vereadores e saber que cumpriu o seu dever. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Sr. Vereadores, eu gostaria de fazer o seguinte esclarecimento com relação a este pedido de Licença do Ver. Antonio Hohlfeldt, digno Presidente do Legislativo do Município de Porto Alegre. Dispõe o art. 91 da Lei Orgânica do nosso Município: “Substituirá o Prefeito, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Prefeito”. Parágrafo único do art. 91: “No caso de impedimento conjunto do Prefeito e Vice-Prefeito, assumirá o cargo o Presidente da Câmara Municipal”. O Sr. Antonio Hohlfeldt, estando em Porto Alegre ou em Rio Grande ou em Nova Iorque, não deixa de ser Presidente da Câmara Municipal. Apenas, nós, eventualmente, assumimos o cargo de Prefeito em exercício e o cargo de Presidente da Câmara em exercício. Há uma norma fixada em jurisprudência promanada do Supremo Tribunal Federal: a lei, quando quer restringir um direito, expressamente se enuncia. No parágrafo único do art. 91 não há nenhuma restrição a nenhum direito de qualquer um dos Srs. Vereadores. Então, no momento que um Vice-Presidente da Câmara assume o cargo de Presidente, ele não deixa de ser o Presidente do Legislativo Municipal. E, quando vagar o cargo de Prefeito, o Presidente em exercício da Câmara Municipal é o Presidente da Câmara, e, nessas condições, assume o cargo de Prefeito Municipal. Eram esses os esclarecimentos que cabiam à Presidência em exercício fazer ao Plenário, neste momento.

Feito o esclarecimento, o Ver. Cyro Martini pede a palavra para uma Questão de Ordem.

 

O SR. CYRO MARTINI (Questão de Ordem): Eu gostaria de saber quando entrou em Licença o Sr. Presidente da Câmara Municipal.

 

O SR. PRESIDENTE: O Sr. Presidente da Câmara Municipal está entrando em Licença agora. O Requerimento foi lido, aqui, pela Presidência. O Requerimento já tem Parecer, a maioria da Mesa subscreveu o Parecer, e no momento em que esta Presidência colocava o Parecer, o Ver. Dib solicitou a palavra para encaminhamento. Agora, o Ver. Clóvis Brum solicita e palavra para encaminhamento e o Ver. Isaac Ainhorn também.

 

O SR. CYRO MARTINI: Ver. Omar Ferri, portanto, ele é Presidente até agora, só ele poderia exercer, em substituição, o Cargo de Prefeito.

 

O SR. PRESIDENTE: Estamos frente a um mero caso de formalidade que, no momento em que se aprovar o Requerimento de Licença, estarão satisfeitos os requisitos formais.

 

O SR. CYRO MARTINI: Mas não é mero caso de formalidade, Sr. Presidente. Se eu for lá e quiser assumir a Prefeitura, não vão deixar.

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, eu solicito que a Diretoria Legislativa providencie posicionamento da Comissão de Justiça, do ano passado, aprovado em Plenário, quanto à substituição do Prefeito.

 

O SR. PRESIDENTE: A Presidência solicita, então, à Assessoria Legislativa que traga a esta Presidência, para posterior conhecimento do Plenário, a manifestação da Comissão de Justiça e Redação do ano passado, num caso idêntico.

Para encaminhar, com a palavra, o Ver. Clóvis Brum.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não era meu propósito fazer uso da palavra, mas já que fui citado pelo Vereador João Dib, eu desejo fazer nobre a posição do Vereador.

Está havendo uma interpretação um pouco equivocada. A Câmara de Vereadores, rigorosamente, está obrigada a oferecer o Prefeito substituto à Administração Municipal, na ausência do Prefeito e do Vice-Prefeito. Se a Câmara não o fizer, o Executivo, então, lança mão de seu Secretário de Governo. O que diz o art. 18 do Regimento Interno? “Nos casos de licença, impedimento ou ausência - esta por mais de cinco dias consecutivos - os Vice-Presidentes e Secretários da Mesa substituí-lo-ão na ordem de sucessão e na plenitude de suas funções”. Hoje, se a Casa aprovar o Requerimento em que o Ver. Antonio Hohlfeldt pede Licença, o Ver. Airto Ferronato assume a Presidência da Casa na plenitude das suas funções. Em conseqüência, em ato formal, em ata própria, em livro próprio da Casa, transfere a Presidência ao segundo Vice-Presidente e assume a Prefeitura. Isso é tranqüilo e pacífico. Não tem aquela história de que Vice não assume. Eu nunca deixei de assumir, eu sempre assumi como 2º Vice. Só deixei de assumir quando eu não assumi a Presidência da Casa, ou seja, quando o Ver. Valdir Fraga não se licenciou mais. O Ver. Valdir Fraga, não tendo se licenciado mais, evidentemente, ele é o Presidente da Casa. Mas, das três ou quatro vezes em que assumi a Prefeitura, o Ver. Valdir Fraga, como Presidente, se licenciou das funções de Vereador - que fosse para casa tratar de assunto particular -, e tomei posse na Presidência da Casa em livro próprio. E o Secretário, Ver. Lauro Hagemann assumiu na plenitude das suas funções a Presidência da Casa, e eu assumi a Prefeitura.

Portanto, por que é que o Ver. João Dib pede para não aprovar o Requerimento? É claro, se não aprovarmos o Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt é evidente que o Ver. Antonio Hohlfeldt continua Presidente da Casa, e se o Ver. Antonio Hohlfeldt permanecer ausente por mais de cinco dias, é o Ver. Airto Ferronato o Presidente da Casa. De maneira que encaminho pela aprovação do Requerimento, até para não deixar a Casa em má situação.

 

O SR. PRESIDENTE: Nobre Ver. Clóvis Brum, a Mesa pede escusas a V. Exª, porque não é feitio da Mesa interromper o Vereador que, regimentalmente, se expressa da tribuna. Ocorre que o Ver. João Dib, Líder do PDS, solicita uma Questão de Ordem. De acordo com o Regimento Interno, a Mesa é obrigada a conceder a palavra ao Ver. João Dib para uma Questão de Ordem.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, pergunto à Mesa como ela interpreta, já que estamos votando um pedido de licença do Presidente da Casa, portanto o Presidente ainda não está licenciado. Como interpreta a Mesa a presença do Ver. Airto Ferronato na Prefeitura, se o Presidente continua até agora na Presidência desta Casa?

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa interpreta da seguinte maneira: como muitas vezes projetos de lei de competência do Poder Executivo são aprovados por esta Casa e após o momento em que o Prefeito Municipal sanciona fica afastado qualquer eivo de nulidade. Portanto, no momento em que a Casa aprovar o Requerimento de Licença do Ver. Antonio Hohlfeldt, estará afastada qualquer hipótese de irregularidade.

O Ver. Clóvis Brum tem a palavra por mais um minuto e meio.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Respondendo à pergunta do Ver. João Dib, em Questão de Ordem à Mesa, eu agregaria, Sr. Presidente, que entre o sanável e o insanável, sanável se torna a revogação das atas que empossaram o Ver. Ferronato, insanável se torna deixar a Prefeitura sem Prefeito. Portanto, se a Casa não aprovar, recolha-se o Ver. Ferronato à Casa; se a Casa aprovar, a Cidade não ficou sem Prefeito. O que não se pode deixar é a Cidade, por fração de horas, sem Prefeito, sem autoridade, já que o Prefeito viajou e o Vice-Prefeito se licenciou em situação emergencial, mas deve ter comunicado à Casa que não pôde assumir, no mínimo. Eu não vi o Processo, mas deve estar o Ofício, no Processo de Licença, de impossibilidade de assumir a Prefeitura.

Finalizo, Sr. Presidente, encaminhando pela votação do Requerimento, porque se torna importante que a Casa aprove este Requerimento, uma vez que o Presidente no exercício do seu mandato, o Ver. Airto Ferronato só poderá continuar na Prefeitura se a Casa aprovar esse Requerimento. E sei que a Casa não abdicaria das suas funções, e nem se auto-mutilaria, nem se auto-castraria, porque recuar de uma posição de chegar à Prefeitura como integrante da Casa é se auto-mutilar. Por isso, acredito na aprovação do Requerimento. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Dilamar Machado, para encaminhar em nome do Partido Democrático Trabalhista.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, indiscutivelmente, nós estamos diante de um fato político. Ver. Dib, não é uma questão técnica. Nós somos políticos, esta Casa é uma Casa política, e, sabidamente, o Prefeito Olívio Dutra iria viajar, e, sabidamente, o Vice-Prefeito Tarso Genro não quer assumir a Prefeitura, por uma questão política: ele é candidato ou pré-candidato do Partido dos Trabalhadores, e não tem interesse em assumir a Prefeitura. É um direito que ele tem, até, como Vice-Prefeito.

Sabidamente, o Ver. Antonio Hohlfeldt não quis assumir a Prefeitura, e deu oportunidade ao 1º Vice-Presidente Airto Ferronato. Acho que esta Casa deveria estar, hoje, Ver. Dib, se regozijando pelo fato de ter um membro da Casa dirigindo o Município por um dia. E mais: V. Exª nos traz uma notícia que considero da maior importância e que terá ampla repercussão na Cidade. Um membro do Poder Legislativo assumiu a Prefeitura por um dia e acabou de vez com um dos infernos desta Cidade, que eram os famosos quebra-carros. É a notícia que V. Exª me traz. Se o Ver. Airto Ferronato, no exercício da prefeitura, executou esta tarefa, está, também, prestigiando esta Casa, que vinha há alguns dias condenando a existência desses obstáculos chamados redutores de velocidade. E, segundo as maiores autoridades da Casa, principalmente o Ver. Cyro Martini, que dirigiu o Departamento de Trânsito com grande competência, esses obstáculos não estão de acordo com a legislação que regula a matéria.

Diria ao Ver. João Dib que, se formos examinar esta questão do ponto de vista técnico, estaremos aprovando daqui a pouco, como vamos aprovar, a Licença do Ver. Antonio Hohlfeldt, estaremos dando o cargo de Prefeito, por um dia, ao Ver. Airto Ferronato, retroativamente. Mas esta é a política, assim é a política. Temos que tomar decisões políticas nesta Casa. E, sob este aspecto político, encaminho favoravelmente à Licença do Ver. Antonio Hohlfeldt, e desejo que amanhã ou depois este mesmo processo chegue ao ponto de levar à Prefeitura, por um dia que seja, o nosso 2º Vice-Presidente, o ilustre Ver. Omar Ferri, para que ele tenha no seu currículo político, no futuro, pelo menos: numa determinada ocasião, um Vereador assumiu o Poder Executivo. Pois, na realidade, quando o povo nos elege para a Câmara Municipal, e a prova está com a presença dos companheiros e companheiras comerciários, o povo nos elege, também, para governar o Município através da nossa atuação política neste Parlamento.

Pela aprovação do Requerimento. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais quem queira encaminhar, em votação o Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt, que pede Licença para Tratar de Interesses Particulares nesta data.

 

O SR. ISSAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro votação nominal.

 

O SR. CYRO MARTINI (Questão de Ordem): Sr. Presidente, gostaria de saber o dia e a hora em que o Sr. Airto Ferronato assumiu a Prefeitura de Porto Alegre.

 

O SR. PRESIDENTE: A Presidência solicitará à Assessoria que informe o dia e a hora em que o Ver. Airto Ferronato assumiu a Prefeitura.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, essa pergunta é fundamental, pois entendo que a votação só poderá ocorrer depois de uma resposta, porque o Pedido de Licença é para a data de hoje.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, não sei se essa informação é esclarecedora: o Jornalista Adaucto informou à Mesa que o Ver. Airto Ferronato assumiu a Prefeitura Municipal exatamente às 7h da manhã do dia de hoje.

 

O Sr. 1º Secretário fará a votação nominal do Requerimento apresentado pelo Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal e coleta de votos.) Sr. Presidente, 22 Srs. Vereadores votaram SIM, 01 Sr. Vereador votou NÃO e 01 Sr. Vereador optou pela ABSTENÇÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADO o Requerimento.

 

(Votaram SIM os Vereadores Clóvis Brum, Clovis Ilgenfritz, Dilamar Machado, Décio Schauren, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gert Schinke, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, João Motta, Jaques Machado, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Luiz Machado, Mano José, Nereu D’Ávila, Vicente Dutra, Adroaldo Corrêa, Vieira da Cunha e Wilson Santos. Votou NÃO o Vereador João Dib. Optou pela ABSTENÇÃO o Vereador Cyro Martini.)

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, requeiro que me seja fornecido por escrito a hora da aprovação da licença. 15h, pontualmente.

 

O SR. PRESIDENTE: A Presidência determina que seja registrado nos anais da Casa que o pedido de Licença foi aprovado exatamente à 15h, atendendo a Requerimento do Ver. João Antonio Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Eu solicito que seja dado por escrito e com a assinatura do Sr. Presidente que está presidindo a Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa solicita à Assessoria que prepare uma certidão, para quem interessar possa, que o pedido de afastamento do Ver. Antonio Hohlfeldt foi aprovado por esta Casa exatamente às 15h. Depois de assinado pela Presidência, este documento será entregue ao Ver. João Dib.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Quero saber se o Requerimento que esta Casa acabou de votar, de Licença para Tratamento de Interesses Particulares, do Ver. Antonio Hohlfeldt, é para todo o dia de hoje? Certamente deve ter iniciado à 0h.

 

O SR. PRESIDENTE: Sim. Se algum Vereador tiver alguma dificuldade neste terreno, poderíamos solicitar à Assessoria da Casa para que informasse ao Plenário o exato momento em que se começa a computar as horas do dia.

Aprovado o Requerimento, está convocado o Suplente Heriberto Back para assumir em substituição ao Ver. Antonio Hohlfeldt. S. Exª já prestou compromisso regimental, ficando dispensado de repeti-lo nesta oportunidade. O Ver. Heriberto Back está empossado.

Sobre a mesa, Ofício subscrito pelo Sr. Vice-Prefeito, com data de 08 de novembro de 1991, que diz o seguinte: (Lê o Ofício.)

Como há uma vaga deixada pelo PMDB, tendo em vista que o Ver. Airto Ferronato assume a Prefeitura Municipal, a Presidência, de Ofício, convoca o Suplente do PMDB, João Bosco Vaz. Declara-o, neste momento, empossado.

O Ver. Heriberto Back integrará a Comissão de Justiça e Redação, e o Ver. João Bosco a Comissão de Finanças e Orçamento.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Requerimento): Com fulcro no art. 81, inciso II do Regimento Interno, requeiro uma comunicação inadiável.

 

O SR. PRESIDENTE: O inciso II diz que o Vereador terá o tempo de 10 minutos para discussão na Ordem do Dia, e em casos especiais não previstos neste Regimento, deferidos pelo Sr. Presidente. Casos especiais significam casos de alta importância.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Questão de Ordem): Está-se demolindo em Porto Alegre o galpão crioulo de um CTG. Neste instante, acabo de vir do local; logo, se trata de uma questão de magna relevância.

 

O SR. PRESIDENTE: Pela ordem, o Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, eu também havia solicitado o art. 81 do Regimento Interno, fui o primeiro a solicitar, mas estou desistindo.

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exª já havia informado antes, pois este Presidente já ouvira isso.

 

O SR. JOÃO DIB: Falei que ocuparia o tempo. Ainda, desejo fazer um registro: o nosso Vice-Prefeito almoçou no Plaza e está fazendo palestra no Plaza.

 

O SR. PRESIDENTE: Desejo que ele tenha boa saúde; faça boa palestra.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Requerimento): Requeiro que os Processos nºs 2245, 2246, 2336 e 2337/91 sejam votados imediatamente, pois tratam de nomes de ruas do Passo das Pedras II, sem prejuízo do Requerimento do Ver. Luiz Machado.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Luiz Machado solicitando a inversão dos trabalhos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Segundo Requerimento do Ver. Luiz Machado, que solicita seja o Processo nº 0921/91 priorizado. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Requerimento do Ver. Edi Morelli, requerendo que o Proc. nº 0508/91 seja o segundo Processo a ser apreciado na Ordem do Dia. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Requerimento do Ver. José Valdir para que os Processos nºs 2245, 2246, 2336 e 2337/91 tenham preferência, pois têm por objetivo a denominação de ruas desta Capital, no mesmo local. Em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. LAURO HAGEMANN (Questão de Ordem): Na Sessão de sexta-feira foi invocado mais uma vez o inciso II do art. 81, não tinha nada a ver com comunicação importante, e a Mesa recolheu um Requerimento do Ver. Adroaldo Corrêa no sentido de que normatizasse a aplicação do inciso II do art. 81. Claro que não poderia ter sido feito até hoje, então eu me preocupo com o uso do inciso II do art. 81, que tem sido usado com muita freqüência para assuntos que não se enquadram no espírito deste dispositivo regimental.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa entende que V. Exª tem razão. No entanto, o Ver. Adroaldo Corrêa requereu à Mesa que se manifestasse sobre esse problema. V. Exª tem razão. Ocorre, Ver. Lauro Hagemann, que a Mesa ainda não se reuniu, deverá fazê-lo quarta-feira. Até lá, no mínimo por respeito, a Mesa não quer se antecipar. V. Exª sabe a posição deste Vereador. Parece que estão querendo demolir o Regimento. Pode haver interesse comunitário, da população de Porto Alegre. Então toda a benevolência e o alto espírito democrático é indispensável até a decisão da Mesa.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu queria requerer que, após o exame do Projeto que já foi objeto de Requerimento pedindo sua antecipação, V. Exª submetesse à votação o Proc. nº 1223/91, Projeto de Lei nº 084/91, de minha autoria, que institui monumento de caráter histórico e cultural em homenagem a João Goulart.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação Requerimento oral, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, nos termos em que acaba de ser formulado. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. Elói Guimarães.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, neste momento -  iniciou pela manhã - está-se pondo abaixo, está-se demolindo o CTG Poncho e Minuano, localizado no Bairro dona Leopoldina, no Memorial Chico Mendes, que foi construído pela forma e pela luta da comunidade. Neste momento, agora, se daqui nos deslocarmos até lá ele está sendo demolido. Eu estou fazendo daqui um amplo apelo à população e aos meios de comunicação da nossa Cidade para que lá compareçam e assistam ao que há pouco acabei de assistir: a destruição, a derrubada de um centro de tradições, o CTG Poncho e Minuano, construído com os recursos da comunidade, que, por assim dizer, foi o pioneiro para que aquela área fosse preservada.

Pois, bem, lá está um oficial de justiça, a quem pedi um mandado para que fizesse a leitura; efetivamente, tem a Prefeitura na mão o mandado judicial para demolir, mas é preciso que se examine o ato e se faça algumas considerações.

Quando votamos, nesta Casa, o nome de Memorial Chico Mendes, nós, através de uma Emenda de autoria deste Vereador, preservamos, está na lei, o galpão do CTG. Pois está sendo demolido. Nós desenvolvemos uma série, dezenas de ações, junto ao Secretário do Meio Ambiente, à SMAM, e a principal audiência - e é uma denúncia que eu quero fazer juntamente com o sr. Prefeito Municipal, que disse ao assessor superior da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, o Dr. Roque Steffen ou Professor Roque Steffen: “Encontre uma solução para resolver o problema do Poncho Minuano”. Até porque, companheiros, Srs. Vereadores, lá reside um peão caseiro, está sendo jogado para fora, e casualmente, este homem, que participou da audiência que fizemos no gabinete do Sr. Prefeito Municipal, é conterrâneo do Prefeito Municipal, lá da Bossoroca. Pois bem, Vereadores, está-se demolindo um CTG construído por força da comunidade, com recursos da comunidade. É inacreditável, eu vim de lá agora, só não briguei, ou não fui preso, porque tiveram que ouvir o que eu tinha que dizer, porque eu não podia aceitar, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, assistir àquela brutalidade.

Isso aí, Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Pese o mandado judicial, mas a Prefeitura tinha todas as condições, tem todas as condições, Ver. Clovis Ilgenfritz, de fazer parar. O Prefeito Municipal, na minha frente, na frente do Patrão, que está aqui, Patrão Antonio, determinou ao Professor Roque que se encontrasse uma solução e não se derrubasse o Galpão. Eu nem vou entrar aqui em considerações de ordem cultural e de tradicionalismo, o que isso representa para este Estado, isso é muito sagrado, isso é muito importante para o Rio Grande, os seus CTGs, a sua história, e não vão contar essa história. A Cidade o Estado, hoje, o movimento nativista, o movimento tradicionalista está sendo profundamente agredido, e nós, como gaúchos, não podemos aceitar isso. Então, quero fazer um apelo amplo à Casa, ao Executivo - o Prefeito não está. Eu até gostaria que os companheiros do PT, a Liderança do PT, o Coordenador da Bancada nos conseguisse um contato com o Prefeito, que se encontra em São Paulo; eu requeiro a V. Exª, Ver. Omar Ferri, que na qualidade, na condição de Presidente da Casa requeira um contato para que o Prefeito Municipal autorize a Assessoria Jurídica do Município, da SMAM, para fazer cessar aquele ato que, para mim, é uma profunda agressão. Não se trata, apenas, da derrubada de um galpão, mas está atuando contra a dignidade, contra os valores históricos, culturais do nosso Estado.

Então, fica aqui o nosso repúdio, a nossa manifestação, a nossa solicitação para que se encontre uma maneira, uma forma de se resolver esse problema. Companheiros do PT, não deixem que se perpetue essa brutalidade! Isso terá conseqüências danosas, indefinidas. Além de termos preservado na construção, no projeto, o Memorial Chico Mendes, além da casa dele, estabelecida essa disposição, pois lá, com o povo em torno do galpão, no Bairro Dona Leopoldina, estão ali, a machado e a ponta de picão, destruindo o galpão, que representa a cultura, o templo do tradicionalismo e do nativismo. São pessoas da comunidade que freqüentam aquele local. Afinal de contas, de quem é o Parque Chico Mendes, senão do povo, da comunidade? Pois bem, Sr. Presidente, solicito a V. Exª providências urgentes, porque há uma hora, quando vinha de lá, metade do zinco já estava sendo jogada no chão.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Faria um apelo ao Líder do PT, porque nós fizemos um acordo, quando votamos o Projeto do Parque Chico Mendes, para que ali permanecesse o CTG. A denúncia que V. Exª faz da tribuna é gravíssima, e acho que o Prefeito Olívio Dutra não sabe disso.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: O Sr. Prefeito, no gabinete dele, com o Patrão, disse ao Roque: “Encontre uma solução para que se resolva o problema do CTG.” Até porque, lá dentro, o peão é conterrâneo do Prefeito Olívio Dutra, exatamente do mesmo torrão, de Bossoroca.

 

O Sr. Ervino Besson: Porque, veja bem, Ver. Elói Guimarães, tomara
Deus que mais CTGs se construam nesta Cidade e pelo Rio Grande afora, pois nós teremos mais jovens sadios e uma sociedade mais humana e mais honesta.

 

O Sr. Clovis Ilgenfritz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do Orador.) Vereador, V. Exª está colocando um fato que está acontecendo, mas é muito importante que a gente não simplifique tanto essa questão. Eu gostaria de dizer que existe uma sentença contra a Prefeitura Municipal, uma sentença judicial, fruto de uma ação popular de moradores que exigiram isso. Então, a Prefeitura está cumprindo com uma sentença judicial e não dá para se dizer que esta sendo feita alguma coisa à revelia.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: E V. Exª ouviu o meu discurso e não pode colocar esse aparte, porque eu detalhei. Agora, sabe também V. exª que o conteúdo da sentença não é esse. É disponível às partes, inclusive o prefeito mandou que se encontrasse uma solução.

 

(Aparte anti-regimental.)

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Eu falei em mandado judicial, V. Exª leia direito! E se eu falo em mandado judicial, eu não preciso mencionar a sentença. V. Exª se instrua! E seu aparte é anti-regimental! Eu encerro, Sr. Presidente. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Elói Guimarães, face ao pronunciamento de V. Exª, a Mesa vai constituir uma comissão de Vereadores – V. Exª, o Ver. Ervino Besson, o Ver. Gert Schinke e o Ver. João Bosco Vaz – para telefonar, em nome desta Casa, ao prefeito Municipal em exercício, para ver se existe realmente essa liminar. É um apelo que esta Presidência faz, e se preciso, vamos suspender os trabalhos até que a situação seja esclarecida.

Passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Solicito ao Sr. 3º Secretário que proceda à verificação de “quorum” para a Ordem do Dia.

 

O SR. 3º SECRETÁRIO: (Procede à verificação de “quorum”.) Há 23 Srs. Vereadores presentes.

 

O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Sr. Presidente, recorro a V. Exª para que determine diligências nas gavetas da Presidência da Casa, a fim de retirar de uma dessas gavetas um ofício que veio da Associação Comunitária da Vila Passo das Pedras II, e que foi entregue no Gabinete da Presidência da Casa para que fosse anexado ao Processo nº 2246/91.

 

O SR. PRESIDENTE: Esse Processo também consta da Ordem do Dia de hoje?

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Também consta.

 

O SR. PRESIDENTE: É vital o ofício para que a Casa aprecie o Processo?

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Considero importante. O que não pode é uma associação comunitária enviar uma correspondência e a Presidência da Casa engavetar. Requeiro, Sr. Presidente, que antes de ser votado seja anexado o ofício ao Processo.

 

O SR. PRESIDENTE: Em primeiro lugar, no espelho da Sessão Ordinária de hoje, onde diz Ofícios, temos um que foi recebido pela Casa. Trata-se de um ofício sem número da Associação Comunitária dos Moradores Jardim Passo das Pedras II, de reconhecimento à luta do Ver. Clóvis Brum, que, juntamente com aquela Associação, trouxe rede elétrica para aquela comunidade. A Presidência determina à Assessoria que esse Ofício seja juntado ao Processo.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 0921/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 050/91, de autoria do Vereador Luiz Machado, que dispõe sobre normas de segurança nos estacionamentos destinados a veículos automotores e dá outras providências. Com Emendas nos 02, 03, 04, 05, 06, 09, 11, 12 e 13.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Clóvis Brum: pela aprovação do Projeto com as Emendas nos 02, 03, 04, 05 e 06;

- da CUTHAB. Relator Ver. Clovis Ilgenfritz: pela aprovação do Projeto com as Emendas nos 02, 03, 04, 05 e 06;

- da CJR. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação da Emenda nº 07;

- da CUTHAB. Relator Ver. Clovis Ilgenfritz: pela aprovação da Emenda nº 07;

- da CEDECON. Relator Ver. Wilson Santos: pela aprovação do Projeto com a Emenda nº 07 e pela rejeição das Emendas nos 02, 03, 04, 05 e 06.

 

Parecer Conjunto:

- da CJR, da CUTHAB e da CEDECON. Relator-Geral Ver. Wilson Santos: pela aprovação das Emendas nos 09, 11, 12 e 13.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebeu o seguinte Requerimento: (Lê.) “O Vereador abaixo assinado solicita que sejam retiradas de tramitação as Emendas nos 02, 03, 05 e 06, do PLL nº 050/91”. Requerimento subscrito pelo Ver. Luiz Machado e pelo Líder da Bancada do PDT. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com abstenção do Ver. João Dib.

Neste Projeto de Lei, houve um Parecer subscrito pelo Ver. Wilson Santos, que é o Relator-Geral. No entanto, esse Parecer é um Parecer Conjunto sobre esse Projeto de Lei, e diz o seguinte: (Lê o Parecer Conjunto.) Portanto, esse Parecer apresentado pelo Ver. Wilson Santos tem que ser apreciado pelas Comissões. Assim sendo, suspendemos os trabalhos e convocamos as Comissões para que elas apreciem o Parecer apresentado pelo Ver. Wilson Santos. As Comissões são: de Justiça e Redação, de Urbanização, Transporte e Habitação, de Economia e Defesa do Consumidor.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h39min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 15h41min): Havendo “quorum”, estão reabertos os trabalhos.

Em discussão o PLL nº 050/91. (Pausa.) Encerrada a discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com ressalva das Emendas.

Estão em votação, em bloco, as Emendas com parecer favorável; as rejeitadas, o Ver. Luiz Machado já as havia retirado, o que o Plenário aprovou.

 

O SR. MANO JOSÉ (Questão de Ordem): Eu gostaria de saber quais as Emendas que estariam sendo votadas com Parecer favorável?

 

O SR. PRESIDENTE: As Emendas de Parecer favorável têm nos 04, 09, 11, 12 e 13.

O Ver. Leão de Medeiros pede destaque para a Emenda nº 13.

Em votação as Emendas nº 04, 09, 11 e 12. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS, por unanimidade.

Fica ainda a Emenda nº 13, porque foi solicitado o seu Destaque. (Lê a Emenda.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, contra os votos dos Vereadores Leão de Medeiros e Cyro Martini.

Requerimento de autoria do Ver. Luiz Machado, solicitando seja o PLL nº 050/91 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Eu havia solicitado o livro de posse do Presidente. Gostaria que pedisse urgência.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa determina que o livro venha, em caráter urgentíssimo.

A Presidência solicita ao Ver. Leão de Medeiros que assuma a Presidência por 5 minutos.

 

(O Ver. Leão de Medeiros assume a presidência dos trabalhos.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 0508/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 028/91, de autoria do Ver. Edi Morelli, que fixa a obrigatoriedade da implantação de redutores de velocidade (ondulações transversais com sonorizador), faixas de segurança e sinalização complementar nas proximidades das escolas de 1º e 2º graus e dá outras providências. Com Substitutivo nº 01. Com Emendas nos 01, 02, 03 e 04.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Leão de Medeiros: pela aprovação do Projeto;

- da CJR. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Substitutivo nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Adroaldo Corrêa: pela rejeição do Projeto e aprovação do Substitutivo nº 01.

 

Observação:

- Incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Leão de Medeiros): Com a palavra o Ver. Cyro Martini.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a proposta que conta com a minha assinatura diz respeito à ondulação transversal, mais popularmente conhecida como quebra-mola. A respeito da matéria, é interessante aduzir que nós apresentamos Projeto de Lei ainda em 1979 sobre as ondulações transversais. Posteriormente, a matéria foi sendo postergada, e veio até este ano de 1991. Como nós tínhamos orientação de que não havia por que apressar-se, dado que o Requerimento faria com que o Projeto de minha autoria fosse aquele apresentado pela Câmara, eu, evidentemente, não me apressei. Daí porque, tendo havido mudanças ou algo semelhante na orientação da Casa, eu tive que, posteriormente, entrar neste Processo com um Substitutivo.

É verdade que  a idéia, originalmente, ela vem do Ver. Vicente Dutra, em 1982. Mas não importa discutir se é do Ver. Vicente Dutra, se é minha ou do Ver. Edi Morelli. O que importa no caso é que nós estamos, ao apresentar esta proposta – evidentemente, a respeito da qual eu entendo tratar-se a minha da melhor proposta -, nós estamos com esta proposta atendendo a apelos, solicitações da comunidade. Nós não inventamos, não criamos uma fantasia, uma ilusão; é fruto do pleito que nós apresentamos, da nossa comunidade, especialmente dos estabelecimentos de ensino. Vejam que nós estamos indo ao encontro de um desejo das escolas. Se formos lá na João de Oliveira Remião, perguntarmos para a Escola Rafaela Remião, ela vai dizer: “Nós queremos quebra-molas”; se formos na Escola Aldo Locatelli, na Antônio de Carvalho, Vila Brasília: “Nós queremos quebra-molas”; e assim sucessivamente. Apenas para citar alguns exemplos, en passant, para demonstrar que nós não estamos trabalhando, não estamos laborando em cima de uma fantasia, mas sim de um pleito da comunidade. E a Prefeitura até era sensível a esses apelos, era até aberta a esses apelos, era até adepta, tanto é que um quebra-molas nós conseguimos implantar na Estrada João de Oliveira Remião, nas proximidades do Colégio Maria Cristina Chicago. Mas posteriormente a Prefeitura revisou a sua posição, e hoje não aceita mais a colocação de quebra-molas.

Outro dado muito importante: quando falamos em quebra-molas, estamos falando num recurso que está previsto na Resolução nº 635/84, não estamos inventando também um dispositivo dentro da engenharia de tráfego. Vamos aplicar diante das escolas ou diante de outros estabelecimentos como creches, hospitais e outros equivalentes o quebra-molas previsto na Resolução nº 635/84 do conselho Nacional de Trânsito. Quando falamos e condenamos a aplicação dos, hoje, aqui denominados pelo Ver. Antonio Dib, quebra-carros, quando condenamos nós os estamos condenando sob o ponto de vista jurídico, na medida em que este tipo de redutor não está previsto na legislação de trânsito. A Resolução nº 666/86 fala em marcas para provocar, psicologicamente, a redução da velocidade, através das linhas leves e essas são linhas assentadas sob a pista de rolamento, sob o pavimento através de marcas pintadas transversalmente e não através de saliências e não aqueles chamados aqui de quebra-carros ou redutores. Eles são saliências e, como tal, não estão previstos na legislação de trânsito, são apenas para nos orientarmos.

 

O Sr. Giovani Gregol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, estou atento e sobre este aspecto não poderia deixar passar a oportunidade, V. Exª diz, até com razão, que a legislação não prevê existência das chamadas costeletas, mas quero lembrar a V. Exª um princípio universal jurídico, que é aquele que diz que o que a lei não proíbe é permitido. Logo, o fato de a nossa legislação não prever não impede. É o caso: se a lei não proíbe alguém andar de barba, não precisa permitir que a pessoa ande barbuda.

 

O SR. CYRO MARTINI: Se a lei calasse a respeito, eu concordaria. Entretanto, não é assim a legislação de trânsito, até porque a legislação de trânsito tem um vício, segundo o qual, tudo acaba recaindo nas mãos do Conselho Nacional de Trânsito. No caso não há essa liberalidade, essa faculdade anterior à legislação; há plena definição de quais os recursos e sinais que podem ser usados ou aplicados. Por isso, quero dizer a V. Exª que eu entendo que aquelas costeletas, como chama V. Exª, que estão colocadas na área fronteira à Antônio de Carvalho, estão relacionados, de alguma maneira, com a Escola Aldo Locatelli, onde tínhamos uma sinaleira. E no meu entender, estão bem colocadas do ponto de vista das crianças, embora, sob o ponto de vista do fluxo de carros, contrarie o que está prescrito, de sorte que há um problema. Mas, de qualquer modo, não tem fundamentação legal, como também não tem suporte jurídico, e foi encontrada uma fórmula de ser resolvido, a posse do nosso Vice-Presidente na Prefeitura.

 

O SR. DÉCIO SCHAUREN: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, neste fim de semana, estive em vários lugares naquela região: CEFER, Agronomia etc., em reunião e festas. E ouvi da comunidade, inclusive, discursos inflamados, contra a campanha que a Zero Hora vem fazendo, porque as pessoas dizem que temos que proteger o pedestre, e o pessoal quer fazer campanha por mais costeletas, quer dizer, o pessoal diz muito claramente: se os motoristas fossem educados, tudo isso não precisava. Mas, como isso não acontece, tem que ter mais quebra-molas, mais costeletas para proteger o pedestre. Então, a campanha que a Zero Hora está fazendo não está sendo muito bem vista pelas comunidades.

 

O SR. CYRO MARTINI: Eu só queria dizer o seguinte: simplesmente afirmar o contrário, de que não deva ser plenamente respeitado e protegido no tráfego o pedestre, seria um absurdo defender a máquina contra a vida humana. Eu peço aos Srs. Vereadores que olhem com atenção, com carinho, porque é esta uma solicitação da comunidade, especialmente da comunidade escolar, e assim colocando, nós estamos nos colocando na posição daquele que defende a vida do pedestre, sobretudo na área do trânsito. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Eu vou colocar à V. Exª ordem na questão, que o livro não tenha chegado apesar da urgência urgentíssima, para que eu possa ler.

 

O SR. PRESIDENTE (Omar Ferri): Neste exato momento, Ver. João Dib, a Presidência falou com a Assessora Inês, para que ela providenciasse em convocar a Dona Carmem, para que ela se fizesse presente neste Plenário, para que esta Presidência tivesse o máximo prazer de reinformar a V. Exª a respeito dessa situação.

Com a palavra o Ver. Edi Morelli, pelo tempo que lhe transfere o Ver. Luiz Braz, por 10 minutos.

 

O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não ocuparei os 10 minutos, pois acho que já perdemos tempo demais, dado o grande número de projetos importantes para serem votados. Só para ratificar o que disse na sexta-feira, sobre a minha preocupação, pois desde 1977 venho lutando por quebra-molas nas proximidades das escolas de 1º e 2º graus do Município. Apresentei um jornal, de 05 de setembro de 1987, onde fazia essa reivindicação, como profissional da imprensa, ao então Secretário de Transportes, Ver. Elói Guimarães. Também, ratificar a eficiência dos quebra-molas na Cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, como comprova o Jornal do Brasil. São coisas que mostrei na sexta-feira passada.

Para não perdermos mais tempo, pois disse que seria rápido, apenas chamo à atenção de todos que, no Projeto de minha autoria, o art. 2º supera todas as controvérsias que existem no Substitutivo nº 01. O art. 2º diz: “Esta lei será regulamentada no prazo de 60 dias, a contar da data de publicação,” - aí, chamo a atenção - “cabendo ao órgão competente fixar os critérios de implantação, observada a legislação de trânsito vigente”. Apenas isto: que leiam com atenção o art. 2º do Projeto original e tirem as suas conclusões.

Agora, seja aprovado o Substitutivo do Ver. Cyro Martini, tenham certeza de que quem ganhará será a população do Município de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Tem a palavra o Ver. Elói Guimarães, por 10 minutos.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tive a oportunidade, quando Secretário dos Transportes do Município, de ter sido convidado para fazer uma visita a Curitiba, e algo me chamou a atenção na Cidade de Curitiba, que são os popularmente chamados quebra-molas. Quando voltei da viagem, fiz uma série de manifestações em Porto Alegre, no sentido de instituírem-se os quebra-molas. E aqui, o jornal de 26 de março de 1987, diz o seguinte: “Secretário Municipal dos Transportes, Elói Guimarães, está propondo a instalação de quebra-molas nas ruas da Cidade”, e por aí vai o noticiário. A partir dali, travamos um grande debate. Olha, o que eu levei de “pedrada” não foi brincadeira. Havia posições inflexíveis na Cidade de Porto Alegre contrárias à instalação de quebra-molas.

Acontece que no passado o sangue de um inocente, de uma criança – infelizmente – talvez tenha criado as condições objetivas e emocionais para que se instalassem em Porto Alegre as ondulações transversais. Foi quando, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, um estudante da Escola Maria Imaculada, o menino de nome Sandro, pequenino, de sete, oito anos de idade, atravessava a Av. Padre Cacique e uma Kombi o matava. Acontece que, três anos antes, duas meninas, também de sete, oito anos, ao atravessarem a Avenida, um carro as matava. Pois bem, a partir daquele momento, a discussão em Porto Alegre, que nós havíamos iniciado, ganhou outros componentes e outras conotações. Constituímos, na Secretaria Municipal dos Transportes, uma comissão de estudo, para uma análise. Mandamos buscar elementos e literatura, e experiência, além das que eu trazia de Curitiba e de outros estados e, em data memorável, instalamos o primeiro quebra-molas em Porto Alegre, na Av. Padre Cacique, exatamente na frente do Estádio Beira-Rio, com todas as especificações técnicas, a ondulação transversal e o sonorizador, que é um elemento da engenharia de tráfego que se constitui pelo obstáculo não-contínuo. Esta é a definição de sonorizador. Estão a chamar, equivocadamente, de sonorizador, essas costeletas, que espaçam de um, dois, três metros. Sonorizador é um elemento da engenharia de tráfego que provoca um ruído descontínuo. Ele tem essa característica fundamental. Pois bem, instalamos e recebemos uma homenagem que ficou marcada na consciência, porque se tratava de uma obra que representava um esforço enorme no sentido de reter a violência. E ainda sustentávamos, na oportunidade, que nós precisávamos eliminar a denominada ideologia da fluidez que se implantou em Porto Alegre, Ver. José Valdir, a partir da Administração Thompson Flores. Acabaram-se os canteiros em nome do que? Em nome da velocidade, em nome do trânsito livre, a ponto de hoje as nossas avenidas não terem mais a segurança: as pessoas ficam se equilibrando, quando muito numa pedra que faz a divisória das duas faixas.

Pois bem, então vemos Projetos como o do Ver. Edi Morelli e o Substitutivo do Ver. Ciro Martini. São coisas boas, porque vamos institucionalizar. Agora, temos, e aqui fica um apelo à Administração, que remover as costeletas. E, claro, evidentemente, tem custos. Um certo dia me dizia o Ver. Adroaldo Corrêa: “Os quebra-molas, as ondulações transversais são caras”. É bem verdade, mas acho que em nome da segurança, principalmente das nossas crianças, pois tive oportunidade de instalar quebra-molas em várias escolas. E mais, na época que instalamos o quebra-molas em frente ao Beira Rio, o DETRAN e o CONTRAN eram contra a instalação, porque a lei tal... E eu disse: “Nós não queremos saber se tem lei, se é a favor ou contra, o importante é a segurança das crianças”. E instalamos e quebramos, em Porto Alegre, o preconceito contra os quebra-molas. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito é o Ver. João Bosco, que cede seu tempo ao Ver. Luiz Machado.

 

O SR. LUIZ MACHADO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, agradeço ao Ver. João Bosco pelo espaço que me concedeu para discutir mais uma vez o Projeto do Ver. Edi Morelli e o Substitutivo do Ver. Cyro Martini sobre sonorizadores ou quebra-molas, que para mim têm pouca diferença um do outro, principalmente sobre os atuais que estão instalados no Município de Porto Alegre.

Vou aqui, é evidente, responder à discussão do Ver. Décio Schauren, que não se encontra no Plenário no momento, mas, Ver. Cyro, ele disse que os motoristas são mal educados e, por isso, tem que ter quebra-mola. Será que o Governo é bem educado? Será que o Governo é bem educado para fazer também isso, sem sequer uma consulta à população, para saber o que ela acha? Não é, Ver. José Valdir, que chega botar a mão na cabeça quando faço esta manifestação?

Pergunto ao Sr. Presidente se o tempo é de 5 minutos ou de 10.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Luiz Machado eu havia marcado 5 minutos e havia dito à assessoria que depois lhe daria 2 minutos e meio, porque V. Exª já havia falado no mínimo 2 minutos. Sem problema nenhum, a Mesa não iria cercear o direito  legítimo que V. Exª tem de usar de todo o seu tempo.

 

O SR. LUIZ MACHADO: Continuo com o meu pronunciamento, e antes vou ceder um aparte ao Ver. José Valdir, sob este ângulo: quando a gente atira pedra no telhado do vizinho, será que o da gente não é de vidro, às vezes? Vamos colocar as coisas nos seus devidos lugares.

 

O Sr. José Valdir: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Exatamente nesta tecla, V. Exª disse: “Será que o Governo não é mal educado por não consultar a população?”. Aí, a pergunta vale? Será que esta Casa também não é mal educada, por não consultar a população quando apresenta estes Projetos aqui? Inclusive este Projeto que está sendo votado, também não foi consultada a população. Ou para esta Casa vale presumir que todas as coisas que são apresentadas aqui são legais, são legítimas e têm o apoio da população, e o que é apresentado pelo Governo não tem?

 

O SR. LUIZ MACHADO: Agradeço o seu aparte, esse foi um triste aparte de V. Exª, que não veio contribuir em nada com o meu pronunciamento.

Quero, com isto, Ver. José Valdir, dizer mais uma vez que população tem por hábito dirigir olhando a paisagem do rio, e no momento de olhar o rio pode perder a direção, pois são muitas as costeletas e muitas que prejudicam os veículos. A atenção seja dada ao volante, mas uma coisa é quebra-molas em cima de quebra-molas, Vereador. Quando o Vereador solicita um Pedido de Providências à Prefeitura, ela responde que não pode construir porque o fluxo de veículo naquela rua é muito pequeno para um quebra-molas, só porque ali é para criança. Mas, quando o quebra-molas é para as elites, em bairros ricos, aí interessa. É que o seu Governo, Ver. José Valdir, está trabalhando um pouco para as elites, nos bairros mais ricos; bairro pobre, quebra-molaa passa no céu, muito longe não pode, porque lá moram pessoas.

 

O Sr. Edi Morelli: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apenas para auxiliar V. Exª, a pesquisa feita pelo povo pode ser dada por esse comparativo de ocorrência em frente da Escola Maria Imaculada. Antes da construção do quebra-molas, na média dos três últimos anos, de junho de 1984 a junho de 1987, foram um total de 108 acidentes, 11 atropelamentos, 3 mortes e 63 feridos; depois da implantação do quebra-molas, colocado pelo Ver. Elói Guimarães quando Secretário dos Transportes, de junho de 1987 a junho de 1988: total de acidentes 70, número de atropelamentos, de 11 para 3, número de mortes, de 3 para 0, número de feridos, de 63 para 17. Essa é a pesquisa que pode mostrar.

 

O SR. LUIZ MACHADO: Agradeço, Vereador. Ver. Edi Morelli, V. Exª colocou algo muito importante no seu Projeto, porque este Vereador esteve, há mais ou menos um ano, numa audiência com o Secretário Diógenes da SMT, solicitando ao mesmo que colocasse na Estrada Edgar Pires de Castro, na Zona Sul de Porto Alegre, ela liga o Bairro Restinga, Chapéu do Sol, futuro Bairro Lajeado e Lami. No espaço do nº 1060 ao nº 2060, nesse trajeto, é uma zona rural, e nós solicitamos placas de advertência, de sinalização, que indicassem que tem muitos animais bovinos e eqüinos soltos, naquele trajeto e há muitos acidentes constantes naquela via de acesso. O Secretário disse bem claro que em dez dias a sinalização seria colocada. Faz um ano! E nós estávamos apenas contribuindo com o Governo para o bem da nossa Cidade. É a rua que nós passamos, o Ver. Edi Morelli também conduz o seu veículo. Corremos risco constante, porque muitos animais estão sempre atravessando a pista, e nós queríamos somente uma sinalização, Ver. Gregol. V. Exª, às vezes sonolento, um tanto, pode prestar atenção que é verdade. V. Exª pode dormir um sono tranqüilo, porque quando falo na tribuna, honro o Diploma que me foi conferido pelas urnas, pelos meus eleitores, pelo povo que confiou em mim.

Eu, quando vou ao Secretário, não vou para bajular: eu vou para reivindicar em defesa do povo. Esse é o meu compromisso, e jamais vou me afastar dele. Os comerciários estão mais uma vez nos visitando, e espero que os Vereadores trabalhem em favor do povo de Porto Alegre, e dessa vez que o povo possa olhar os comerciários com verdadeira dignidade. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito é o Ver. José Valdir.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, já quero, de antemão, deixar bem claro que vou votar a favor do Projeto do Ver. Edi Morelli. Não obrigado! Ninguém é obrigado a votar. Se fosse assim, a Bancada do PDT tinha que ter votado em massa e mantido o voto do “sábado inglês”, aqui. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa apenas quer, com todo o respeito,  se dirigir às tribunas populares para informar que, infelizmente, o Regimento Interno da Casa proíbe esse tipo de manifestação. Então, a Presidência solicitaria que esses aplausos fossem reservados para mais tarde.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Mas eu dizia que vou votar a favor do Ver. Edi Morelli, até porque tenho sido um dos Vereadores que têm solicitado quebra-molas em frente às escolas. E têm sido respondidos, meus pedidos, inclusive com base legal e inclusive com alguns Vereadores, aqui nesta Casa, defendendo contra, dizendo que era contra a legislação.

Mas não se pode, nesta discussão, querer acender uma vela a Deus e outra ao diabo, e fazer uma embrulhada, embolando o meio de campo. Por que só tem duas alternativas: somos a favor da vida, priorizamos o pedestre, a vida, ou somos a favor dos automóveis; não dá para ser um pouquinho a favor do pedestre e um pouquinho a favor dos automóveis; querer que se coloquem determinados obstáculos para reduzir a velocidade, e ao mesmo tempo nos preocuparmos porque o cara entrou em alta velocidade, estragou o seu automóvel, ou como quer o Vereador que me antecedeu, que o cara possa dirigir olhando o sol do Guaíba. A gente tem que ter posição muito clara neste aspecto.

Aqui vai acontecer, hoje, uma coisa semelhante ao que aconteceu com o “Domingo Não”. É o seguinte: antes, este Projeto do quebra-molas não passava nesta Casa, tanto é que o Ver. Cyro Martini apresentou este Projeto em 1989, e o retirou, porque sentiu que não tinha condições de ser aprovado. Este Projeto, agora, volta e acho que vai ser aprovado. Sabe por quê? Porque a Administração está colocando de “quebra-carro”, o que também já é uma ideologia que está por trás disso; não estou preocupado com isso, se alguém passar com a devida velocidade, não quebra carro nenhum. Se as tais de costeletas, que é o nome pejorativo que estão dando aqui, é uma das formas, sim, que ajudam na redução da velocidade, podem discordar da eficiência; agora, não vão poder dizer que isto não ajuda em nada, até insinuam que prejudica os proprietários de automóveis. Tenho, inclusive, experiência concreta lá na Assis Brasil, porque passo todos os dias em cima desses sinalizadores que foram colocados, e que reduziu, sim, a velocidade, diminuindo sensivelmente os acidentes na região.

Vou dizer algo, fazendo coro ao que afirmou o Ver. Décio: quem quiser, pode fazer a experiência, onde foi implantado o quebra-molas, alguém, se for tirar, deve ir com seguranças, porque a população vai correr, apesar da campanha nefasta que está sendo feita. Aliás, é muito comum se criar um clamor falso para tudo. Vão sair corridos os que tiverem a ousadia de ir lá propor a retirada das costeletas; na Antonio de Carvalho, me auxilia o Vereador, também, apesar da mídia dos meios de comunicação. Pelo menos, o bom senso poderia dizer: se não ajuda, pelo menos não atrapalha. A não ser, é claro, causa alguns prejuízos para quem anda em alta velocidade e ainda olhando o pôr-do-sol do Guaíba, de forma irresponsável. A Administração Popular não vai retirar as costeletas, até porque não fez nada de ilegal. Esta Casa está desafiada a provar que é ilegal. Se for aprovado o quebra-molas, na medida das possibilidades, vamos colocá-los ou colocar obstáculos.

O Ver. Luiz Machado me solicita aparte; vou lhe conceder, até pela insistência. Vamos colocar quebra-molas ou costeletas sem preocupação com os proprietários irresponsáveis que fazem das ruas umas pistas de corridas. Vou votar a favor do Projeto e serei um dos que vão batalhar para a implantação de quebra-molas em frente às escolas, pois presencio, diariamente, o problema da irresponsabilidade dos motoristas com a vida das crianças em frente das escolas.

 

O Sr. Luiz Machado:  V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, como é bom ouvir a sua palavra hoje. V. Exª está respondendo ao Pedido de Providências de 33 Vereadores, como se V. Exas  fossem verdadeiramente os pais da criança. Os quebra-molas foi o PT quem criou em Porto Alegre. Os Vereadores pediram quebra-molas na frentes das escolas, o Ver. Edi Morelli pediu quebra-molas em frente das escolas e agora o pai da criança é o PT. Verdadeiramente é isso que V. Exª, tem que ouvir hoje, nesta tarde. O Ver. Eloi Guimarães foi um dos primeiros a pedir quebra-molas próximos ao Mercado Público e a escolas, e não recebeu quebra-molas, porque dizem que o fluxo de veículos era o mínimo. Portanto, as crianças do Centro da Cidade têm diferença das crianças dos bairros pobres. É isso, é? Este é o meu aparte, Vereador, vim contribuir com o seu pronunciamento.

 

O Sr. Décio Schauren: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. José Valdir, esses dias peguei um táxi que passou no mínimo a 80 quilômetros de velocidade ali perto da Usina do Gasômetro e xingou o Prefeito por causa das tais de costeletas. Eu disse: “Olha, se todos os motoristas fizerem como tu de passar assim correndo e não respeitar a vida, é por isso que está se colocando estas costeletas”. Então o que tem que ficar claro é que estas ondulações transversais quebram o carro daquele motorista que não tem nenhum amor à vida.

 

O Sr. Heriberto Back: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu estou muito satisfeito em ouvir a veemência do seu pronunciamento porque concordo com ela. Quebra-molas me enche o saco, usando esta expressão popular. Mas é absolutamente necessário, e eu concordo plenamente com o Senador Darcy Ribeiro, do Rio de Janeiro, quando diz que o dono da rua é o pedestre. Tudo o que se fizer para conter a fúria assassina dos donos de automóveis vai para o bem, mesmo cometendo um exagero. Eu tenho recomendado à população, junto aos colégios, onde não é permitida pela legislação a colocação de quebra-molas, pelos aclives e declives, que façam na marra esses quebra-molas. Eu tenho oferecido sacos de cimento e os meus braços para que esses quebra-molas sejam colocados.

Estou plenamente de acordo porque eu acho que o dono da rua te que ser o pedestre e o automóvel tem sido usado como arma assassina neste País.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. José Valdir, tendo seu tempo encerrado, o Ver. Heriberto Bach se inscreve e poderá passar o tempo a Vossa Excelência. Naturalmente, se tiver a concordância do Ver. Giovani Gregol e do Ver. Lauro Hagemann, que também estão inscritos.

Com a concordância dos Vereadores acima, V. Exª tem mais 10 minutos.

 

O Sr. Vicente Dutra: Ver. José Valdir, só para dizer que identifico no Plenário muitos pais dos quebra-molas, eu que fui o primeiro a apresentar, em 1982. Então, quero me intitular o “avô dos quebra-molas”.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Vereador, tem tantos pais esta criança que eu nem vou entrar nesta discussão, eu não quero ser pai de nada, apenas me permito lhe dar um dado. Eu reivindico, antes de ser Vereador, como Presidente da Associação tenho reivindicado, inclusive no tempo do Ver. Elói Guimarães, que foi quem popularizou este termo: ondulações transversais. A gente tinha, até, dificuldade para saber que estávamos falando a mesma coisa, porque nós falávamos em quebra-molas e ele falava em ondulações transversais.

Agora, a grande verdade é que pela primeira nós vamos votar um Projeto que cria um instrumento jurídico assumido por esta Casa, que vai colocar na mão da Prefeitura  poder implementar sem as preocupações que o Ver. Elói Guimarães teve que enfrentar, o que relatou aqui, inclusive questionando a legalidade. Esta Casa, ao votar este Projeto, vai colocar um instrumento legal para a questão dos quebra-molas; não é o caso das tais de costeletas: do ponto de vista legal, não existe nenhum óbice. Oportunamente, se necessário, vou esclarecer isso com dados. Mas na questão dos quebra-molas, sempre existiu um óbice legal, mas de interpretação jurídica que esta Casa, ao fazer esta lei, se não for sanado, pelo menos, está assumindo uma interpretação, colocando nas mãos do Prefeito Olívio Dutra autorização para fazer quebra-molas, começando pelo local mais urgente, que são as escolas.

 

O Sr. Vieira da Cunha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. José Valdir, quero me solidarizar com o pronunciamento de V. Exª, no que se refere ao seu raciocínio central. Também me perfilo entre aqueles que defendem prioridade para o pedestre no planejamento e organização do trânsito. Ocorre que, por defender esta tese, defendendo, também, que haja colocação de obstáculos onde se verifiquem abusos por parte de nossos motoristas. Entretanto, o que acho, e tenho certeza de que V. Exª vai concordar comigo, é que tudo isso deve ser feito respeitando a legislação. E o que está ocorrendo é discordância da legislação de trânsito. Temos colegas entre nós como o Ver. Cyro Martini, que é autoridade no assunto, que defende a legislação em vigor sobre ondulações transversais. E esse equipamento que o prefeito Olívio Dutra colocou, primeiro lá junto à FIERGS e agora em pontos mais centrais da Cidade, que absolutamente estão de acordo com a legislação em vigor. Então, o que queremos não é simplesmente que se tirem esses equipamentos, mas que sejam feitos de acordo com a legislação, como fez o ex-Prefeito Alceu Collares lá na Avenida Beira-Rio e na frente do Colégio Imaculada Conceição, onde, irresponsavelmente, os motoristas estavam ceifando vidas de crianças. Lá não houve nenhum clamor da população contra. Muito pelo contrário, o ex-Prefeito Alceu Collares foi até muito aplaudido diretamente pela população, na questão dos quebra-molas.

Mas aqui, a questão é que estes são equipamentos completamente em desacordo com a legislação de trânsito, são agressivos aos motoristas, e até duvido, Ver. José Valdir que impeçam a velocidade, porque o Ver. Décio Schauren mesmo, no seu aparte, foi testemunha de que as despesas dos equipamentos não impediam que o motorista de táxi passasse a 80 quilômetros por hora por eles. Agora, lá na frente do Maria Imaculada ou na Beira-Rio, se passar a 80 quilômetros por hora está sujeito a capotar ou quebrar o seu carro. Então, aqueles equipamentos são eficazes, esses que o Prefeito Olívio Dutra colocou são absolutamente ineficazes, além de ilegais.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Ver. Vieira da Cunha, tem uma série de coisas. Vou começar, por partes, a responder. Em primeiro, lugar até fiz um desenho quando V. Exª falava. Não é na frente da FIERGS, colocando desse jeito eu sei o subterfúgio que está por trás do raciocínio, mas vamos esclarecer, Vereador. A Assis Brasil, esta entrada da Bernardino Amorim que dá acesso às vilas Santo Agostinho, Santa Rosa e por aí vai, que é uma área que dava muito acidente, porque os carros vinham aqui e entravam a toda a velocidade, ninguém respeitava a velocidade. Então, outra coisa, eu já vi carro entrar a 80 em quebra-mola, isto não invalida o raciocínio, e sair todo quebrado o carro, pode até acontecer. O problema de entrar a 80, como o Ver. Décio colocou, está correto, não tem nenhum reparo a fazer. E outra coisa, a questão legal dos quebra-molas, o próprio Ver. Elói Guimarães, quando me antecedeu na tribuna que, na época, quando ele fez por iniciativa dele,, teve que enfrentar essa discussão e acusações de que estava infringindo a lei, o próprio Vereador colocou isso aqui na questão dos quebra-molas, não é tão tranqüila essa discussão aqui, não vamos simplificar a discussão.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu gostaria de trazer aqui, ao seu conhecimento e a esse debate. Eu noto até que na questão do domingo, da abertura, V. Exª está refluindo aí na sua própria posição; isso é bom, isso é positivo. Eu gostaria de dizer, Vereador, eu vou aqui exatamente invocar um episódio da Escola Maria Imaculada. Naquela época, sabia-se, e a Administração Collares sabia, que havia óbices legais à implantação daquele equipamento urbano, em frente ao Estádio Beira-Rio, mas havia um valor superior que se chama vida. Estavam morrendo colegiais naquela via pública. Então, o que fez na época o Secretário de Obras, Ver. Wilton Araújo? Pediu a esse Vereador, Presidente da Comissão de Urbanismo e Transporte da Câmara, que fizesse uma reunião da Comissão e convidasse a todos os Vereadores para participar da discussão, a fim de obter o necessário respaldo legislativo para a implantação daquele equipamento em frente ao Estádio Beira-Rio. E os Anais da Casa registram esse fato. O Secretário de Obras veio buscar respaldo ao Executivo, veio buscar o respaldo político para a consecução daquela obra, e fez a obra com o respaldo da Câmara de Vereadores, da comissão de Transportes.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Bem longo, o aparte.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: Assim como o dos que me antecederam.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Daqui a pouco vou dar o tempo a V. Exª e solicitar um aparte.

 

O Sr. Isaac Ainhorn:  O que V. Exª está sustentando é um negócio que não resolve nada, que são as costeletas, uma espécie do gênero quebra-molas.

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Estranho o aparte do Ver. Isaac Ainhorn, pela sua inverdade. Quem elaborou o projeto quebra-molas, e não há nenhum óbice a que o Vereador tenha participado, mas a Secretaria Municipal dos Transportes, foi através de um estudo que fizemos na Secretaria Municipal dos Transportes que implantamos. Eu tive a honra de implantar os quebra-molas.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Ele disse que foi ele?

 

O Sr. Elói Guimarães: Eu estranho o aparte do Ver. Isaac Ainhorn, porque não corresponde à verdade.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Quero dizer o seguinte: mais uma vez eu não me surpreendo, porque o Ver. Isaac Ainhorn gosta de ser o dono de tudo. Mas quero dizer que não mudei de posição em relação ao domingo – apenas para tranqüilizar o Ver. Isaac Ainhorn – é um desejo de V. Exª, que não vai ter a satisfação de ver realizado. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Nobre Presidente, eu já não sei mais se é Requerimento ou registro, mas eu estou sumamente preocupado, porque há uma hora e quarenta e quatro minutos eu pedi para vir o livro de posse do Presidente e do Vice-Presidente e não me dão. Acho que estão escrevendo o livro.

 

O SR. PRESIDENTE (Leão de Medeiros): Com a palavra, o Ver. Giovani Gregol.

 

O SR. GIOVANI GREGOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu quero declarar à Casa que não sou pai, não sou avô, não sou bisavô dos onduladores transversais, chamados popularmente de quebra-molas, mas acho que é muito oportuno o assunto, são muito oportunos os Projetos, tanto o Substitutivo do Ver. Cyro Martini como o Projeto original, do Ver. Edi Morelli, e já de antemão eu digo que vou votar a favor do Projeto do Ver. Edi Morelli. Essa polêmica sobre se o ondulador transversal, se instrumentos análogos são legais ou não, é muito antiga, é quase tão antiga como o fato inconteste de que no Brasil inteiro, em todo Estado do RS, inclusive nesta Capital, o uso do quebra-molas é uma coisa consagrada. Todo mundo já usou, todo mundo usa ou quer usar e as formas de diminuir a velocidade do tráfego ou as formas de instalar o quebra-molas, são as mais diversas. Houve uma época em que se usavam muito as chamadas tartarugas. Enfim, se usa uma série de expediente e cada administração usa a forma que melhor lhe parece, que é mais econômica, que é mais conveniente, que serve melhor ao objetivo. É justamente o caso dessas costeletas, que alguns chamam de quebra-carro. Engraçado, o quebra-molas não quebra carro, a costeleta é que quebra o carro.

Mas eu quero deixar bem claro que este Vereador, mesmo sabendo e concordando com aquilo que foi dito aqui antes, que não é verdade que quebra o carro, ou quebra o carro que abusa da velocidade, daquele que toca por cima, que sendo mau motorista não enxerga, está desatento, ou que faz de propósito ou por raiva toca o pé no fundo do acelerador. Este, certamente, terá a sua mola ou o seu acelerador quebrado. Mas mesmo que fosse verdade, que todos os carros que por ali passam quebrassem, ou saíssem danificados, este Vereador quer afirmar, com toda convicção, que preferia que mil carros fossem quebrado por dia em qualquer dos quebra-molas, ou “quebra-carros”, ou costeletas desta Cidade do que tivéssemos uma criança, apenas uma criança estraçalhada, uma família, uma comunidade desgraçada. Esta é que é a questão que temos que discutir.

Nesta Casa, algumas coisas saem no jornal e se cria uma celeuma. Os Vereadores, às vezes, esquecem de assuntos até de importância da Cidade. Mas sai uma notinha no jornal - e é saudável ler jornal - e daí se cria uma polêmica terrível, e começam a se falar de coisas e se esquece do fundamental, que é exatamente isto do que estou dizendo. Antes mil carros quebrados, cem mil carros quebrados, um milhão de carros quebrados, do que uma criança atropelada e morta. Este valor, este sim é irrecuperável. Carro se compra de novo, amortecedor se troca, e até se dá lucro para as empresas multinacionais que monopolizam o setor. Agora, uma vida não se recupera.

Sabem os Senhores que o Brasil é campeão mundial de acidente de trânsito. No ano passado, sabem qual foi o número de acidentes de trânsito no nosso País? Em torno de 350 mil acidentes de trânsito, no ano passado. Dividido pelos dias do ano dá praticamente mil acidentes de trânsito por dia. A cada 24 horas, no Brasil, acontecem quase mil acidentes. Qual a média nos últimos anos das vítimas fatais, das mortes, Vereador Edi Morelli? A média é cerca de 50 mil mortes, 50 mil casos fatais por ano no Brasil. V. Exas já ouviram falar na Guerra do Vietnã, que tanto se fala e que causou um trauma no grande império norte-americano, tanto se fala, tantos filmes Hollywood já fez e fará sobre a Guerra do Vietnã. Quantos soldados norte-americanos morreram em toda a Guerra do Vietnã? Morreram 50 mil, o número de pessoas que morrem no trânsito brasileiro todos os anos. Só que não estão na guerra. E não conseguimos nos escandalizar com isto. São mortos, são assassinados pela imperícia; às vezes, por irmãos e familiares.

Então, seja costeleta, cavanhaque, fio de cabelo, o nome que quiserem dar, cocuruto, pedra no caminho, seja o nome que quiserem dar. Aliás, a comunidade de Porto Alegre, autonomamente, há muitos anos constrói obstáculos para diminuir a velocidade dos carros. Seja lá o que for é válido, seja ilegal ou não seja; é polêmico, acho que é legal, está plenamente justificável. E a Administração Popular tem a simpatia, apesar do que queiram dizer os meios de comunicação, da população. E vai continuar agindo assim. Desafio alguém a ir lá e retirar, chamar a população para retirar.

 

O Sr. Luiz Machado: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Este desafio que a Frente Popular está colocando, digo que façam os quebra-molas que foram solicitados há muito tempo pelos Vereadores, pelo líderes comunitários desta Cidade, nos lugares que têm primazia. E não somente onde o Prefeito e sua direção querem, no lugar que bem entendem. Que façam os quebra-molas, como os Pedidos de Providências de dois anos, um ano, que foram feitos pedindo quebra-molas em frente às escolas na Zona Sul, e nada foi feito, sempre com resposta que não é possível, porque o fluxo de veículos é pequeno. Porque o seu Governo quer fazer quebra-molas agora onde bem quer, e não onde a população reivindica.

 

O SR. GIOVANI GREGOL: Vereador, a comunidade também pede e deve ser levada em conta, não só os Vereadores. E V. Exª não é muito atilado em alguns momentos. Hoje, V. Exª disse que o motorista deveria passar a Av. Beira-Rio olhando o rio.

 

O Sr. Luiz Machado: Vereador, V. Exª está dormindo no Plenário e vem dizer que eu não sou atilado?

 

O SR. GIOVANI GREGOL: Por isso mesmo, porque eu estava muito atento ao seu discurso. O motorista quando dirige, Vereador, olha para a frente, não sei se V. Exª ouviu falar nisso. Quem quer curtir o rio faz como eu fiz ontem: fui a pé daqui até o Gigantinho e voltei, olhei o  rio, porque a avenida está vazia. Agora, não sei se V. Exª observou, aqui na curva do Gasômetro, Ver. Luiz Machado, quase não acontecem acidentes. Tanto que, V. Exª deve ter visto, na frente de cada poste - e são postes bem reforçados da CEEE - tem um objeto pequeno de 1 metro e meio de altura, grossos, de aço, na frente de cada poste da CEEE na curva do Gasômetro. Ali, a tal da Administração, contra a vontade de muitos Vereadores desta Casa colocou as costeletas, sabe por quê? Porque não eram apenas as pessoas que estavam sendo estraçalhadas, é que os postes da CEEE não agüentavam mais os impactos e as trombadas que os veículos de motoristas irresponsáveis passavam a toda velocidade batiam nos postes. Os postes, não eram as pessoas, Vereador. V. Exª, Vereador desta Casa eleito, vá lá e observe, até dormindo dá para ver que na frente de cada poste tem uma enorme barra de aço, porque os postes estavam caindo, imagine os pedestres! Imagine as crianças, imagine as mães que com seus filhos todos os dias e principalmente no fim de semana...

 

O Sr. Edi Morelli: Vereador, V. Exª cita o meu nome e não me dá aparte.

 

O SR. GIOVANI GREGOL: Vereador, fique tranqüilo que eu vou votar no seu Projeto, pode ficar tranqüilo.

Então, para concluir, isso está plenamente justificado. Não tem pai essa criança, sempre se usou. O importante é a vida humana, nós temos que neste País começar a valorizar a vida humana e conseqüentemente desvalorizar o automóvel, porque o automóvel é muito menos importante do que a vida humana. Caminhar é a forma mais natural e mais antiga de transporte.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Próximo inscrito é o Ver. Lauro Hagemann.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, esta Casa está assistindo desde a semana passada uma discussão kafkiana. Não sei se foi na sexta-feira que foi votada, aqui, uma Moção de Censura ao Secretário Municipal dos Transportes por ter construído o que chamam de quebra-molas, “quebra-carro”, ou, até, uma expressão mais jocosa, os “prefeitos-deitados”. E hoje, desde sexta-feira, se discute nesta Casa a construção de quebra-molas para defender a vida das pessoas. Eu não entendo mais nada! Se os quebra-carros, quebra-molas, sonorizadores transversais que a Prefeitura construiu em alguns lugares da Cidade, não era para evitar o atropelamento das pessoas, hoje se está a pedir, justamente os quebra-molas, para defender a integridade das pessoas. Então, a coisa fica meio esquisita. Quem olhar de fora não vai entender, mas é preciso se dizer alguma coisa a respeito dessa discussão.

Numa era em que a tecnologia e a ciência avançam, o poder de destruição dos automóveis está aumentando, a própria velocidade dos carros aumenta. Quando se instituiu o Código de Trânsito, eu tenho a impressão de que essas coisas não eram ainda tão visíveis, de sorte que o fato social que dá origem à lei está se modificando. Então, a lei tem que ir se adaptando às novas circunstâncias da vida, sem falar no que já foi exaustivamente dito desta tribuna, que a rua é do pedestre e não do automóvel, e nós estamos, infelizmente, invertendo essa equação. Parece que a maioria desta Casa está pretendendo defender o automóvel, em detrimento da vida. Eu tenho a impressão de que, a partir da aprovação deste Projeto do Ver. Edi Morelli, que eu vou ajudar a aprovar, vai-se estabelecer na Cidade uma grande controvérsia, porque não é somente em frente aos colégios que os quebra-molas vão ter que existir. Existem ruas adjacentes aos colégios, em que passam inúmeros estudantes. Pontos de concentração de estudantes que vão ter que ter quebra-molas, senão os escolares vão ser atropelados diante das escolas, mas antes de chegarem às escolas. Eu mesmo já pedi um quebra-molas na avenida em que resido, e a Administração Popular está atrasada no atendimento.

A Avenida Panamericana, no Bairro Lindóia, tem, próximo à sua travessia, um clube com grande afluência de pessoas, crianças, adolescentes e tem, próxima dela, a Escola Lindóia, cujos estudantes atravessam aquela Avenida em várias horas do dia, em grande quantidade. Então, não é lá em frente da Escola, lá em cima, no bairro, que vai-se construir quebra-molas; vai-se construir lá embaixo, na avenida principal. Quem é que vai determinar isto? Deve-se acrescer o fato do redutor de velocidade ser uma extrema necessidade em Porto Alegre. Eu tenho notado, e vou dizer isto com todas as letras: o motorista porto-alegrense é um dos mais mal educados deste País, não respeita sinal, não adianta pintar faixa em rua, não adianta colocar farol luminoso nos cruzamentos, todo mundo desrespeita. Há dias, o ex-Vereador Paulo Sant’ana publicou elucidativa coluna na Zero Hora, dizendo que este problema é um problema antigo e que ele teria que ser resolvido de outra forma. Não sei quem, a Brigada militar, o Município, a União, deveria ter guardas de trânsito como havia antigamente, espalhados pelas ruas da cidade, nos cruzamentos principais. O sistema penal deve ser modificado, porque uma multa por excesso de velocidade é paga com tranqüilidade por quem recebe, porque ela não significa nada, fora as anistias que são dadas aos infratores, periodicamente.

Então, Srs. Vereadores, estamos diante de um fato complicado, estamos tentando reduzir os malefícios do excesso de velocidade, mas temos contra nós os óbices naturais, quando a Prefeitura resolve instalar um equipamento próximo da realidade que nos acomete é que existe a transgressão da lei, o excesso de velocidade que põe em perigo as vidas humanas. Não há um policiamento capaz de coibir esses excessos. Não há um sistema de multas capaz de desestimular os infratores. Então, por isso eu volto à minha assertiva inicial: estamos diante de um processo kafkiano onde todo mundo é culpado e ninguém é culpado.

Mas vamos aprovar o Projeto do Ver. Edi Morelli e vamos ver o que vai acontecer.

 

O Sr. Giovani Gregol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Além de apoiar, totalmente, a manifestação de V. Exª, queria lembrar em relação àquelas costeletas que na volta do Gasômetro existe uma capatazia do DMLU. E todos os garis que trabalham no Centro ou próximo do Centro saem dali carregando seus equipamentos, que são carros pesados, o que também pode ser um problema quanto aos acidentes que podem ocorrer no local.

 

O Sr. Edi Morelli: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) O Ver. Gregol quer dizer, quando o Ver. Giovani Gregol afirma que as estatísticas acusam 50 mil vítimas fatais no trânsito no País... Essas estatísticas não são reais, dado que são computadas apenas as vítimas fatais no local do acidente. A proporção de feridos com gravidade, que morrem em hospitais, é bem grande. Portanto, é muito mais de 50 mil mortos no trânsito no País durante o ano.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Agradeço ao aparte de V. Exª, como o do Ver. Gregol.

Encerro, afirmando: se cada Vereador perguntar à população desta Cidade a respeito deste assunto, a maioria vai dizer que é uma providência extremamente necessária. Duvido que os tais de “quebra-carros” da Prefeitura sejam condenados pela maioria da população. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn. (Pausa.) Ausente. Com a palavra o Ver. Décio Schauren. (Pausa.) Desiste. Com a palavra o Ver. Gert Schinke.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Fazem 2h06min que estou esperando o livro de posse do Presidente e do Vice.

 

O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência recebe a reclamação formulada pelo Ver. João Dib. Determina à Assessoria que encontre a Srª Diretor-Geral e peça que ela compareça, urgente, na Mesa Diretora dos trabalhos.

Com a palavra o Ver. Gert Schinke.

 

O SR. GERT SCHINKE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou procurar ser breve, para não necessitar dos 10 minutos, pois somente farei algumas referências ao Processo em discussão.

Em primeiro lugar, quero declarar meu voto favorável ao Projeto do Ver. Edi Morelli. Debrucei-me em cima de ambos, mas o que me leva a apoiar inquestionavelmente, independente de um ou outro caso, esse tipo de projeto, é uma visão determinada que temos que ter desta questão de comportamento do trânsito, principalmente dentro das grandes cidades de nosso País. Eu tenho me debruçado em relação a essa questão durante várias vezes, porque diz respeito a uma das questões que os ecologistas de todo o mundo estão batalhando. Está em pauta, na tarde de hoje, nesta Sessão, um Projeto de minha autoria que cria o Programa Municipal de Ciclovias. Eu vou pedir um Requerimento à Mesa para postergar essa votação e, em respeito aos companheiros aqui presentes, que estão acompanhando a votação do Projeto do Domingo, vamos tentar votar na quarta-feira este projeto das ciclovias. Isso diz respeito á questão de comportamento no trânsito.

Eu vou trazer para os companheiros lerem mais uma daquelas tantas matérias que trata da impunidade do trânsito neste País. Na Vejinha, que é um encarte da Revista Veja, há uns dias atrás, saiu esta matéria que é muito elucidativa sobre questões que vários Vereadores aqui trouxeram, sobre a impunidade do trânsito neste País. Olhem este título: “Quando a impunidade é rotina”. Nesta matéria, que é muito interessante e que eu recomendo a leitura para todos, traz algumas coisas estarrecedoras, dizendo algumas coisas sobre Porto Alegre. Diz assim: em Porto Alegre, onde acontecem 75 acidentes e 6 atropelamentos todos os dias, o saldo do caos é de 0,83, ou seja, quase uma pessoa, em média, por dia no trânsito em Porto Alegre, e 23 feridos. Este é o saldo do trânsito na nossa Cidade, e o Ver. Lauro Hagemann aqui mencionou. Um total irrealismo, Vereadores, questionando a questão das costeletas quando se está diante desta realidade, ou seja, apara da questão legal se a costeleta está exatamente enquadrada na legislação ou não.

O fato é que, companheiros, é triste vivermos numa Cidade onde nossos filhos ou nós mesmos caminhando nas ruas estamos sujeitos a uma realidade desta. É uma estupidez, é uma insensatez total. Agora vamos comparar Porto Alegre e o Brasil em outras situações, dos chamados países do Primeiro Mundo. E eu digo que muitas pessoas que defendem o automóvel, como status social, como instrumento de valorização social dentro da sociedade, vêm exatamente, se exemplificam nos países desenvolvidos, onde tem praticamente, em média, dois automóveis por pessoa. Só que a realidade nesses países em relação ao trânsito é muito diferente do Brasil. Aqui estão os números. Vamos ver. No Brasil, as estatísticas apontam 50 mil vítimas fatais e 350 mil feridos todos os anos. A par se isto está exatamente correto ou não, mas enfim é um número astronômico, equivale a uma guerra constante que se realiza no nosso trânsito. Aqui, para cada grupo de 280 carros em circulação, pode-se contabilizar uma morte por ano, ou seja para 280 veículos que existem no trânsito, hoje circulando, eles são responsáveis, na média, por uma vítima fatal. Qual é a realidade nos outros países? Nos Estados Unidos morre uma pessoa para cada 3.800 automóveis, ou seja no Brasil de  280 automóveis, para os Estados Unidos, que é uma soma baixa, é um exemplo aqui trazido na matéria como um dos países que não tem o maior índice de segurança, lá morre uma pessoa para cada 3.800 automóveis em circulação. E olha que lá tem automóvel que não acaba mais, mas a educação é outra. Vejam só no Japão, 5.000 automóveis para cada morte; na Suécia que é o  campeão mundial entra com 5.150 automóveis em circulação para cada morte no trânsito, em média. Aí incide realmente, Srs. Vereadores, meus amigos que aqui nos assistem, eu acho que algumas coisas deveriam servir de profunda reflexão para nós.

Em primeiro lugar, uma questão de educação, mas aí nós não podemos remeter tudo à culpa da educação, para primeiro imaginar que as pessoas vão ter que passar por um prazo de 20 anos para serem educadas para não matar mais, para não fazerem excesso de velocidade, para não desrespeitar mais. Não. Nós temos que a par paralelamente á educação, trabalhar com mecanismos coercitivos, senão nós não vamos sair deste genocídio. Ou seja, nós temos que cercear a liberdade das pessoas de matar no trânsito. Esta é a realidade. Nós temos coibi-las de andar com carro à velocidade 250 km por hora no trânsito. É um absurdo o que acontece em nossas vias públicas. Sou surpreendido diariamente, e posso falar de cadeira, porque ando de bicicleta por toda a cidade. As pessoas não têm respeito algum pela vida humana. Há ruas, no perímetro urbano, meus companheiros, e no perímetro urbano, onde as pessoas pessoais ganham uma habilitação do trânsito, lá passaram por um exame que diz que elas podem andar no máximo a 40 km/h e, quando a situação permite, pode exceder até 60 km/h ou, em casos excepcionais, até 80 km/h, pois o que se vê é que, onde se pode andar a 40 km/h, as pessoas passam a 100 km/h. É um absurdo, e ninguém faz nada, ninguém diz nada. Não foi nem uma nem duas vezes que saí da minha bicicleta e encarei a pessoa e pedi que ela  descesse à realidade, porque está trafegando dentro de uma cidade. Ela diz: “Está, está bem, está bom”. Mas isto acontece porque se defronta com um Vereador, se fosse um Zé da Silva qualquer, não acontecia nada. A questão é de educação. E o exemplo tem que vir de cima, tem que vir das autoridades, dos Vereadores, das pessoas que estão no poder público hoje. A questão fundamental é a educação.

E de ecologia, também, como foi colocado aqui, além da defasagem da nossa legislação em relação a essas coisas. É um absurdo que o acidente de trânsito, no Brasil, seja considerando contravenção. É inconcebível isso. Há a questão da impunidade. Temos exemplos que se repetem, de pessoas que estão desrespeitando a sinalização, a legislação de trânsito, que matam a essas pessoas não vão para a cadeia. Qual é o valor da vida humana neste País?

Pois se não bastassem todas essas razões, existe, ainda, uma outra, que é questão ecológica. Também acho que é interessante o quebra-mola como instrumento de frear o acesso das pessoas com os automóveis para o centro da cidade, quando as pessoas começarem a perceber que os empecilhos são tamanhos que elas perdem tanto tempo em chegarem ao centro da cidade e gastam tanto dinheiro elas vão começar a abandonar o automóvel, e vão começar a lutar pelo transporte coletivo urbano, vão começar a lutar pelo ônibus, pelo metrô, e inclusive talvez pela bicicleta se elas se dispuserem ser um pouquinho mais esportivas e valorizarem a sua saúde. Então, é por essas questões todas que eu voto totalmente favorável e inquestionavelmente passo a casqueana a discussão que nós assistimos nos últimos dias sobre essa questão das costeletas. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para discutir, Ver. Clóvis Brum. (Pausa.) Ausente. Próximo orador, Ver. Isaac Ainhorn, pela segunda vez. (Pausa.) Ausente. Encerrada a discussão geral. Passamos a votação, propriamente dita, existe o Projeto de Lei com o Substitutivo nº 01.

 

O SR. EDI MORELLI (Requerimento): Solicito votação nominal.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Edi Morelli solicita votação nominal. O pedido é automaticamente atendido.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Eu chamo atenção de V. Exª para dois pedidos que eu fiz de destaque, portanto, além do Projeto e do Substitutivo existem as Emendas também.

 

O SR. PRESIDENTE: Estão deferidos os dois pedidos de destaque formulados pelo Ver. João Dib, um pedido no Projeto e outro pedido no Substitutivo, é isso? Então, estão deferidos pela Presidência os dois pedidos de Destaque apresentados por Vossa Excelência. A Mesa vai informar ao Plenário que, em primeiro lugar, vota-se o Substitutivo nº 01, com ressalva do destaque. Eu solicito ao Sr. 1º Secretário que faça a votação nominal.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal e coleta de votos.) Sr. Presidente 10 Srs. Vereadores votaram SIM  e 18 Srs. Vereadores votaram NÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: REJEITADO o Substitutivo nº 01. Portanto, prejudicada a parte destacada pelo Ver. João Dib.

 

(Votaram SIM os Vereadores Dilamar Machado, Ervino Besson, Jaques Machado, Luiz Machado, Nelson Castan, Nereu D’Ávila, Vieira da Cunha, Adroaldo Corrêa, Cyro Martini e Giovani Gregol. Votaram NÃO os Vereadores Clóvis Brum, Décio Schauren, Edi Morelli, Gert Schinke, Wilson Santos, João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Luiz Braz, Mano José, Vicente Dutra, Heriberto Back, João Bosco, Artur Zanella e Clovis Ilgenfritz.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Projeto, com ressalva do destaque e das Emendas. Os srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

Em votação a expressão “hospitais”, destacada pelo Ver. João Dib, constante no parágrafo único do artigo 1º do Projeto. A Mesa coloca em votação simbólica. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA. Fica suprimida do Projeto a expressão “hospitais” Constante no parágrafo único do artigo 1º.

Passamos à apreciação das Emendas, uma a uma. São as Emendas 01, 02, 03 e 04. Vamos ver o teor da Emendas. Solicito ao Sr. 1º Secretário que leia a Emenda nº 01 para que a Presidência a coloque em votação.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à leitura da Emenda nº 01.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com o voto contrário do Ver. João Dib e abstenção do Ver. Mano José.

O Sr. 1º Secretário lerá a Emenda nº 02.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à leitura da Emenda nº 02.)

 

O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Pergunto se esta emenda não é do Substitutivo nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE: São todas as Emendas ao Projeto nobre Vereador.

Em votação a Emenda nº 02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, por unanimidade.

Em votação a Emenda nº 03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, por unanimidade.

Em votação a Emenda nº 04.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a Emenda nº 04, de minha autoria, ficou prejudicada com a aprovação da Emenda nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos suspender os trabalhos por dois minutos para verificarmos a Emenda nº 01.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h32min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 17h33min): A Mesa informa que, no seu entendimento, tem razão o Ver. Antonio Dib: a aprovação da Emenda nº 01 prejudica a Emenda nº 04, portanto não há necessidade de votar a Emenda nº 04.

Requerimento encaminhado pelo Ver. Edi Morelli, que solicita seja o Proc. nº 0508/91 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 2371/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 198/91, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que faculta o funcionamento do comércio aos domingos que antecedem datas festivas tradicionais no Município de Porto Alegre, altera a Lei nº 6.721, de 21 de novembro de 1990, e dá outras providências. Com Substitutivos nos 01 e 02.

 

Observação:

-Incluído na Ordem do Dia por força do artigo 81, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Requerimento de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, solicitando seja adiada a discussão do PLL nº 198/91 por uma sessão. Em votação.

Para encaminhar, o Ver. Wilson Santos se inscreve.

 

O SR. WILSON SANTOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, demais presentes, há um pedido de adiamento, eu em princípio não via motivos para que se adiasse essa votação. Eu acredito que os Vereadores estão num processo de maturação já suficiente para decidir se estão em consonância com os ditames da modernidade, da liberdade, evidentemente que sempre com os olhos voltados para a proteção do comerciário, especialmente na observância da legislação, principalmente, nas 44 horas semanais, e eu tenho defendido essa posição. Esse tipo de liberdade, se não prejudica o comerciário, faz com que a Prefeitura arrecade mais, faz com que a cidadania, que a população tenha uma liberdade maior para as compras e se incentiva o turismo.

Eu entendo que nós reuniríamos as condições para a votação, hoje. Entretanto há um pedido de adiamento por uma sessão, e eu, refletindo melhor, resolvi mudar de idéia e apoiar o pedido de adiamento por uma sessão para que quarta-feira, então, possamos ter uma solução definitiva, se vamos continuar, dentro da atividade comercial, que entendo que não deveria ter uma outra palavra que não fosse aquela lei: “É proibido proibir”. Eu acho que  se deveria ter a absoluta liberdade, mas, fundamentalmente, eu repito, até porque eu creio muito na Justiça do Trabalho. Eu tenho notado que outros segmentos da Justiça têm, até, merecido algumas críticas, mas a Justiça do trabalho tem sido aplaudida sempre na defesa do trabalhador. E, se essa Justiça é tão pronta, eu duvido que haverá algum prejuízo que recorrido à Justiça do Trabalho, não venha dar, essa Justiça, a devida proteção ao trabalhador.

Ora, não vejo, ainda, o porquê do receio de não aplicar, porque se vier a aplicar e isso não for bom para a Cidade, nós temos condições de revogar uma lei. Eu estou buscando informações, agora, da Rua 24 Horas, em Curitiba, aonde foi aplicado, e pelas informações, as primeiras que recebi, pretendo receber mais, está funcionando maravilhosamente, o comerciário não está sendo prejudicado. (Manifestações nas galerias.) Eu estou dizendo que estou buscando mais informações, mas estou dizendo que lá tem uma rua onde o comércio funciona 24 horas por dia, e a população está satisfeita. Eu conversei com algumas famílias que me declaram estar muito satisfeitas. Mas isso é uma particularidade. Eu me fixo mais no contexto da modernidade. Nós devemos hoje experimentar os ares da modernidade e verificar, na prática, se é bom ou não. Eu, particularmente, estou absolutamente convencido que é bom para todos. Então, vamos fazer o teste de São Tomé, vamos ver para crer. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha pelo PDT o Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no dia 06 de setembro, portanto há mais de 60 dias, este Vereador entrou com um Projeto na Casa que faculta o funcionamento do comércio aos domingos que antecedem datas festivas do calendário do Município de Porto Alegre. Portanto, este Projeto está tramitando nesta Casa há mais de 60 dias. Já tem dois Substitutivos: o do Ver. Leão de Medeiros e o do Ver. Wilson Santos. Nós entendemos que é um imperativo histórico, e este Vereador fala, neste momento, como autor do Projeto. É um imperativo histórico a faculdade da abertura do comércio aos domingos. E o Projeto deste Vereador prevê, exatamente, que esta abertura se dê a partir de um entendimento entre a categoria dos empregados e dos empregadores. Este é o caminho do entendimento, este é o caminho do diálogo, este é o caminho daqueles que pensam na luta contra a recessão. Este é o caminho daqueles que pretendem sentar-se à mesa e num amplo diálogo estabelecer as condições de colocar Porto Alegre como capital do Mercosul, este é o caminho daqueles que pensam transformar a Cidade de Porto Alegre num ponto obrigatório da passagem dos turistas que aqui chegam a Porto Alegre.

Agora, com entendimento, é o que prevê este Projeto, em conversa, em diálogos com meus colegas Vereadores, notadamente da minha Bancada, especialmente do Líder da Bancada, entendemos que pela relevância do assunto cabia, exatamente, uma discussão maior, um debate maior, até porque, nesse sentido, a nossa Bancada num entendimento comum teve por bem de estudar este Projeto, e ter uma discussão mais aprofundada, o que fez com que o Ver. Nereu D’Àvila, Líder da Bancada do PDT, requeresse o adiamento da discussão geral e votação deste Projeto de Lei e dos dois Substitutivos por uma sessão. Evidentemente, isso não significará nenhum prejuízo para a ampla discussão em torno deste Projeto. Pelo contrário: possibilitará o aumento da discussão sobre este Projeto, e isso se via como um importante passo, na medida em que a Câmara está facultando a abertura do comércio aos domingos, ela está permitindo aquilo que é fundamental, neste momento histórico que a Nação atravessa, o entendimento entre as partes que têm de resolver o assunto.

A Câmara não está, neste momento, colocando uma posição de decidir que o comércio abre aos domingos. Não. Pelo Projeto deste Vereador, está colocando a mão nas categorias representativa dos sindicatos para decidir em acordo coletivo; o entendimento, se abre ou não e em que condições de trabalho, de salário os trabalhadores poderão trabalhar no comércio de Porto Alegre. Por isso acho uma posição importante, neste momento, na busca do diálogo, do entendimento, que se adie por uma Sessão, faz parte do processo e da vida parlamentar, achamos extremamente positivo adiar por uma sessão. Por essa razão, encaminhamos favoravelmente, pela Bancada do PDT, ao adiamento da discussão geral e votação. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha pelo PFL o Ver. Artur Zanella.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, creio que este Requerimento do Ver. Nereu D’Ávila é um Requerimento prudente, mas eu queria fazer algumas considerações, principalmente, para aquelas pessoas que nos ouvem, porque se ao se afirmar que em setembro o Projeto deu ingresso, isso efetivamente, corresponde a uma realidade, porém, nós tivemos, Sr. Presidente e Srs. Vereadores a passagem deste Projeto pela auditoria que somente deu seu parecer em 26 de setembro, depois foi a Assessoria Técnica Parlamentar que deu seu Parecer no dia 03 de outubro, com ingresso também, de Substitutivo nº 01, de 12 de setembro, do Ver. Leão de Medeiros e o ingresso do Substitutivo nº 02, do Ver. Wilson Santos em data e assinatura de 24 de outubro e apregoado pela Mesa em 30 de outubro. Então, eu quero resgatar, como dizia um ex-Vereador desta Casa, este fato. Esta Casa não está desde setembro procrastinando a votação de nada.

O Processo está dentro de um encaminhamento correto, coerente e com dois Substitutivos que ainda não passaram pelas Comissões. Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu creio que é adequado esse adiamento; em segundo lugar, Sr. Presidente, este é um Projeto extremamente importante e eu sugeriria à Casa, ao Presidente Dilamar Machado e ao Secretário Ver. Isaac Ainhorn, que neste dia fosse votado em primeiro lugar este Projeto, porque nós vamos nos misturar com uma série de outros Projetos, importantes também, mas que não têm nenhuma relação fática com um projeto desta natureza. Nós temos homenagens ao ex-Presidente João Goulart, temos implantação de ciclovias, nomes de ruas, proteção de carros em supermercados e shoppings, etc.

Então, eu sugeriria, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que as Lideranças, principalmente dos partidos maiores, se unissem e acertassem a prioridade desse Projeto. Se não, vamos ter uma situação como a que vemos hoje: um grupo de pessoas que aqui vieram para ouvir a discussão do Projeto e já se discutiu sobre a substituição do Prefeito da cidade, num processo absolutamente falho, um processo de substituição inusitado, para não dizer absolutamente ilegal, confuso e anti a nossa Lei Orgânica, como foi o processo de substituição, hoje, do Sr. Prefeito. Foi uma tragédia. Já falei nisso há um mês. Já disse que o vice-prefeito não pode sair da cidade sem autorização desta Casa. Bom, mas não é esse o assunto, Sr. Presidente.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Quero que a Mesa informe se o Ver. Artur Zanella está encaminhando a substituição do Prefeito ou o adiamento do Projeto, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa pede que o Ver. Zanella se restrinja ao adiamento do projeto em questão.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, o Ver. José Valdir, como sempre, quando escuta, não entende, e quando entende chega à conclusão diversa. É um projeto que está dentro do contexto, porque as pessoas que aqui vieram hoje, vieram porque leram no jornal que ia ser votada a abertura do comércio aos domingos, hoje, aqui. Então, sugeriria, Sr. Presidente, que na quarta-feira se começasse pela discussão deste assunto, para que as pessoas que aqui estão hoje não venham a ouvir discussão do comércio e acabem ouvindo a viagem do Sr. Prefeito e outras coisas mais. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. Leão de Medeiros, pelo PDS.

 

O SR. LEÃO DE MEDEIROS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nunca um pensamento coincide, todos têm a apropriação neste exato momento, a virtude sempre está no meio. É o caso do requerimento do nobre Líder do PDT, Ver. Nereu D’Ávila. Ninguém desconhece que o Projeto em exame nesta Casa e seu Substitutivos implicam em profundas modificações na vida na Cidade naquilo que ela tem de mais saudável, que é o seu comércio. E S. Exª, tendo conhecimento de que este Projeto havia sido requerido com urgência na sexta-feira e, em conseqüência, remetido à Ordem do Dia para segunda-feira, aproveitou o amadurecimento que o tempo há de fazer requerendo adiamento por mais uma Sessão.

Isso é saudável, é uma medida de cautela altamente apropriada  porque implica mais tempo para que os Srs. Vereadores possam tomar uma posição que certamente vai refletir o sentimento da Cidade. E mais do que a cautela do próprio Líder do PT, pedindo adiamento da apreciação deste Projeto, deve ser louvado o que aqui hoje presenciamos: patrões e empregados se fizeram presentes a esta Casa com educação, colocando aos Srs. Vereadores os seus pontos de vista. Muito diferente do procedimento do ano passado, em que, através da pressão, tentaram fazer prevalecer o seu ponto de vista, deixando de lado a razão para agirem de forma passional e não houve recaída, mesmo quando ficam de costas para o orador, porque mesmo de costas ouvem o que aqui está sendo dito. Eu saúdo o Sindicato dos Comerciários pela sua postura até agora demonstrada nesse Plenário, atendendo ao chamamento do Presidente da Casa, no que se refere ao Regimento Interno, dando até a sua demonstração de não acolhimento das posições contrárias aos seus interesses. Mas, até de forma do seu repúdio, aqueles que não pensam assim de uma forma educada embora um pouco exótica, por isso é importante, muito importante esse adiamento, esse gesto educado de aceitar o adiamento da votação implica também num amadurecimento político.

Não levo como desfeita pessoal o gesto dos Senhores comerciários agora, porque tenho certeza que com o passar do tempo, essa reação foi em decorrência da paixão que os motiva a estarem presentes entre nós. Mas tenho certeza de que nos seus íntimos, como cidadãos, também hão de respeitar a posição daqueles que não pensam como eles. Por isso, Ver. Nereu D’Ávila, meus cumprimentos pela iniciativa, tenho certeza de que esta Casa amadurecerá a sua reflexão para que na quarta-feira, na primeira Sessão, nós possamos exercer soberana e livremente a nossa vontade que certamente estará sendo acompanhada aí sim, não por patrões nem por empregados, mas por toda a comunidade, por toda a população de Porto Alegre, que há de esperar dessa Casa, aquilo que seja melhor para ela independente dos interesses corporativos de um segmento ou de outro. O PDS votará a favor, pelo adiamento da discussão. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ADROALDO CORRÊA (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de registrar à Mesa Requerimento deste Vereador para que decidida a transferência da Ordem do Dia, da votação deste Projeto para quarta-feira, o início da votação desse Projeto se dê na quarta-feira às 18h. Está protocolado à Mesa este Requerimento; se precisar por escrito, eu o farei.

 

O SR. PRESIDENTE: Parece que não entendi bem o que V. Exª quer, se for aprovado o Requerimento de adiamento, que esse Projeto de Lei seja apreciado pela Casa após as 18h?

 

O SR. ADROALDO CORRÊA: Que a partir das 18h da próxima quarta-feira ele esteja na Ordem do Dia para discussão e votação.

 

O SR. PRESIDENTE: Gostaria que V. Exª informasse as razões do Requerimento.

 

O SR. ADROALDO CORRÊA: No encaminhamento darei as razões.

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exª não poderá encaminhar, uma vez que o Líder do PT, Ver. Clovis Ilgenfritz, já se encontra na tribuna para encaminhar.

 

O SR. ADROALDO CORRÊA: É outro Requerimento, Sr. Presidente.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Inicialmente, quero dizer que estamos em processo de votação e encaminhamento e ato integrante do processo de votação. Não se pode fazer um Requerimento para ser apreciado sobre outro Requerimento. Segundo, o Líder do PDT, Ver. Nereu D’Ávila, fez um Requerimento para adiamento por uma Sessão Ordinária. O processo de votação desse projeto faz parte da Ordem do Dia da Sessão Ordinária, normal, da Casa que, regimentalmente, tem início às 14 horas. Consequentemente, entendo que a Mesa não tem condições de receber um Requerimento num horário diferente do horário ordinário, porque a Sessão é ordinária, e o projeto está incluído na Sessão Ordinária de votação.

 

O SR. PRESIDENTE: Após a votação desse Requerimento a Mesa decidirá.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Quero consultar a Mesa, que informe, antes da votação desse Projeto, se é possível realizar a Sessão de votação deste projeto sábado à tarde, porque, num debate pelo rádio, um dos autores do Substitutivo disse que é possível, para que a população possa participar, ou, quem sabe, domingo de manhã. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa responde à Questão de Ordem formulada pelo Ver. José Valdir: sem se obter um Parecer da Auditoria da Casa, me parece que, no caso, se poderia fazer uma Sessão, desde que ela fosse convocada no mínimo por onze Vereadores, porque não deixaria de ser uma Sessão Extraordinária. No entanto, a Mesa vai delibar dezessete Vereadores. Se o Ver. José Valdir conseguir dezessete assinaturas no Requerimento que ele poderá formular por escrito, então, não haverá nenhuma dúvida dessa possibilidade.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, este Vereador não se opõe a que se vote esse Projeto no sábado ou no domingo, e até desafia o Ver. José Valdir para comparecer sábado ou domingo, que nunca vi o Vereador aqui nesses dias.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa agradece a solidariedade de Vossa Excelência.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu gostaria de dizer ao Ver. Isaac Ainhorn que, aos sábados e domingos, eu não o vejo aqui nem a ninguém, porque esta Casa não funciona aos sábados e domingos. Aqui existe o “sábado inglês”.

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha pelo PT o Ver. Clovis Ilgenfritz.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sábado, domingo, segunda, terça, qualquer dia é dia para nós, do PT, votar esta matéria. Qualquer dia, como hoje seria. Estávamos prontos para votar, tudo prontinho, para votar, para ganhar isso.

Tenho a certeza de que a maioria dos Vereadores não vai deixar passar este Projeto de afogadilho. Se o projeto tem mérito, e em tese, dizem que em Washington, em Nova York as casas trabalham durante o dia. Mas não lembram que nós somos a colônia que garante que eles possam fazer isto lá. Há uma diferença enorme entre uma postura firme, convicta em que a gente tem clareza das grandes diferenças que existem no nosso País, que não há como garantirmos, como está sendo dito agora pelos Senhores empresários e pelos defensores destes três projetos de que os trabalhadores terão garantias dos seus direitos. Mas isso primeiro precisa ser comprovado. Não temos notícia, na história deste País, de que um acordo deste tivesse sido mantido a rigor, algum tempo. É uma questão de momento nacional, de conjuntura, é uma questão que precisamos ter claro que a classe dominante, setores do capital mandam e desmandam, fazem o que bem entendem, e têm muitas vezes a Justiça perto deles.

Então, é certo, ninguém é contra, em tese, que haja o direito de trabalhar e ganhar, produzir a qualquer momento. Isto não está escrito que é proibido. O que não pode haver é exploração, como tem acontecido, via de regra.

Nós, do PT, desculpem os Senhores empresários, nada contra o Senhor, mas temos uma posição clara a favor dos trabalhadores. E enquanto os trabalhadores estiverem colocando aqui, com razões justificadas, historicamente, nós somos a favor do que eles estão reivindicando, ou seja, não deixar que estes Projetos sejam aprovados. Porque, de fato, as garantias que são prometidas aqui, não se tem certeza de serem cumpridas. É lógico que neste momento a promessa vem fácil. Conversei com vários empresários, tenho muito respeito, e sei de muitos que cumprem, que têm uma visão de direitos sociais, o problema é que agora, da forma como apareceu no Plenário, como está sendo colocada esta questão, como se tivesse um processo de vida ou morte, eu achei que a Bancada do PDT ia fazer coro conosco, afinal de contas defendem os trabalhadores, dizem isto sempre, vamos lá todos juntos, PT, PDT, temos maioria, já está garantido. Não, agora estão precisando de um tempo para dar uma pensada, acho aí justo, porque hoje houve uma pressão muito grande na Casa. Então nós vamos discutir, daqui a uma Sessão, domingo de manhã, quem sabe, depois da missa.

Queria dizer, então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, trabalhadores, empresários que estão aqui conosco hoje, que nós, em princípio, votaríamos hoje, mas se os trabalhadores entendem que dá para esperar mais uma Sessão, nós também vamos esperar e vamos encaminhar favoravelmente a que se adie mais um dia essa votação. Agora, que nesse meio tempo os Srs. Vereadores que ainda têm dúvidas procurem esclarecê-las. Procuremos dados, que existem do DIEESE, nos sindicatos, para mostrar que é preciso ter muita cautela com esse tal de modernismo que está aparecendo por aí. O Collor disse que ia acabar com todas as injustiças com um tiro só, mas ele esta acabando é com os trabalhadores deste País. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhores comerciários, eu não tenho dúvidas nenhuma de que esse adiamento é necessário. Se o Ver. Nereu D’Ávila não pedisse esse adiamento eu mesmo iria pedi-lo, porque na verdade eu ainda não teria hoje condições para votar, de uma maneira ou de outra, o Projeto e o Substitutivo apresentados, aqui, nesta tarde e que mexe, mais uma vez com a vida dos comerciários. Devo dizer a todo os Senhores que se, por ventura, a votação for na quarta-feira, o espaço que eu vou ter entre hoje e quarta-feira eu vou dedicá-lo a consultas as minhas bases, àquelas pessoas que realmente trabalham junto comigo durante o ano todo, para que possam tomar a minha posição. Porque eu acredito que a posição deve ser uma posição bastante coerente com o trabalho que nós realizamos e juntamente com as pessoas que estão norteando aquelas nossas ações aqui nesta Casa como Vereador. E se o trabalho e se a votação for decidida de acordo com a vontade deste Plenário para sábado, ou para domingo, será um espaço maior, um espaço que nós vamos ter para fazer essas consultas.

Mas eu credito que é a única forma que nós temos de votar de maneira justa este Projeto e Lei. Nós não teríamos nenhuma outra forma justa para votarmos este Projeto de Lei, porque afinal de contas se nós temos um mandato, o qual exercemos aqui nesta Casa, temos esse mandato por causa de pessoas, de grupos que apreciam o trabalho que nós realizamos aqui há 8 anos. É exatamente em nome dessas pessoas, em nome desses grupos que nós vamos continuar exercendo esse mandato até que quando esses grupos disserem que chega, aí pararemos. Mas para esses grupos, exatamente nós faremos essas consultas. E essas consultas serão importantes para a decisão que nós vamos tomar com relação a nós. Eu tenho certeza de que o meu companheiro de partido, Ver. Edi Morelli também tomará esse mesmo cuidado, nós não conversamos, nós não vamos fechar nenhum tipo de questão dentro da Bancada, somos apenas dois votos dentro do PTB, não vamos fechar nenhum tipo de questão, mas acredito que as mesmas consultas que eu irei fazer o Ver. Edi Morelli também estará fazendo junto a seus eleitores. E essas consultas serão importantes para que nós possamos aqui, ou na quarta-feira, ou no sábado ou no domingo, oferecer o nosso voto de maneira bastante coerente.

Era apenas esse recado, porque se o Requerimento de adiamento não fosse entregue à Mesa pelo Ver. Nereu D’Ávila, seria este Vereador que iria fazer. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Antes de passar a palavra ao último Vereador inscrito, Ver. Clóvis Brum, a Mesa informa que o art. 51 da atual Lei Orgânica do Município diz o seguinte: (Lê o art. 51 da LOM.).

Com a palavra o Ver. Clóvis Brum.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este é o tipo do Projeto Sr. Presidente que deveria ter sofrido uma ampla discussão. A sua inclusão por força do Art. nº 81 na Ordem do dia, em nada contribui nem para o aperfeiçoamento da legislação municipal nem para os próprios empresários porque eles não terão uma legislação nascida do debate, da discussão, dos encontros entre trabalhadores e patrões, quer dizer, é uma lei imposta na base de um artigo que inclui o Projeto sem qualquer discussão. Regime de Urgência? Eu até acho que podia ter o autor a iniciativa do Pedido de Urgência. Agora retirar o debate deste Projeto de todas as comissões técnicas, realmente, é um equívoco político, porque retira a solidez da necessidade social que faz criar-se a lei. Portanto, eu esperava que o adiamento proposto nesta tarde fosse por cinco ou dez Sessões. Eu peço desculpas ao Plenário, fosse por cinco ou dez Sessões a fim de que se viabilizasse um debate mais construtivo.

Eu tenho dito que nada que sai desse Plenário sem o entendimento entre o patrão e o empregado é bom. Nenhum Vereador é comerciário, e pouquíssimos são patrões. Por que não deixar que a categoria dos trabalhadores debata este assunto com a categoria dos lojistas até se encontrar uma solução, até se encontrar uma proposta mais concreta? Ficam os que defendem a abertura do comércio aos domingos com uma posição; ficam aqueles que, com muito sacrifício, defenderam o “Domingo Não”, que hoje é uma lei, uma realidade, em maior dificuldade, porque são pegos de surpresa com a inclusão do Projeto com base no art. 81. Quantos projetos bons a Casa tem aprovado? E, até com vaias, por que não? Mas esses projetos têm passado por todas as Comissões Técnicas, por amplos encontros, por vários encontros de interessados, no caso, ecologistas, a sociedade civil. Enfim, Sr. Presidente, faltou mais debate, a Casa realmente vinha protelando o debate desse assunto. Só achávamos mais conveniente que o autor do Projeto pedisse Regime de Urgência, tudo bem! Porque no Regime de Urgência o Projeto seria acelerado, mas seria debatido em todas as comissões técnicas da Casa por onde deva passar o Projeto. Com o pedido do art. 81, o Projeto veio na Sessão seguinte ao Requerimento, aliás, costuma-se dizer que o art. 81 é a defesa das maiorias, mas, em alguns casos, tem sido a defesa das maiorias.

Eu encaminho pelo adiamento, na certeza de que se possa rever, oportunamente, Ver. Isaac Ainhorn, esse adiamento mais longo para que se pudesse dar uma oportunidade, o que hoje a direção do Sindicato dos Comerciários alegava é que não teve oportunidade de trabalhar, de discutir com a classe patronal, até porque estavam encaminhando o dissídio, reivindicando os seus salários e, por isso, não tiveram a oportunidade de debater esse assunto, até porque o assunto não estava na Ordem do Dia, entrou em função do art. 81. Deixo aqui o meu apelo ao Ver. Isaac Ainhorn, no sentido de que ele ou retire o art. 81 e mantenha Regime de Urgência, ou amplie o período de adiamento, a fim do oportunizar um começo de debate entre empregados e patrões. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Solicito que a Mesa, antes de colocar em votação, comunicasse ao Plenário para ver se mais algum Vereador quer assinar o Requerimento, que está com 12 assinaturas, e faltam 5, para que se vote este Projeto no domingo pela manhã. Tem que ser 17 assinaturas, e a Mesa, inclusive, me deu a orientação de que eu deveria colher as assinaturas.

 

O SR. DILAMAR MACHADO (Questão de Ordem): É incoerente a questão de Ordem do Ver. José Valdir, porque ele é um dos defensores do não trabalho aos domingos, e ele quer obrigar os funcionários desta Casa a trabalhar no domingo. Ao mesmo tempo, requeiro, se ainda não foi feito, o adiamento da Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: Logo depois, colocaremos em votação a prorrogação desta Sessão. Não existem mais encaminhamentos.

 

O SR. ERVINO BESSON (Questão de Ordem): Eu faria um apelo para que o Ver. José Valdir nem apresentasse esse Requerimento, para que não discutíssemos um absurdo desses. Não é possível que nós com tantos problemas sérios para discutirmos, que ficássemos aqui meio dia discutindo Requerimento deste tipo, neste nível.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa coloca em votação o Requerimento formulado pelo Ver. Nereu D’Ávila, adiando por uma Sessão a discussão do presente Projeto de Lei. Em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permanecem sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

Pelo art. 85 do Regimento Interno, a Sessão poderá ser prorrogada por prazo não superior a duas horas, para discussão e votação da matéria constante na Ordem do Dia, desde que requerido oralmente por Vereador ou proposta pela maioria dos presentes, independente de discussão e encaminhamento.

 

O SR. DILAMAR MACHADO (Questão de Ordem): Quando contraditei a Questão de Ordem do Ver. José Valdir, aduzi o Requerimento para prorrogação da Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Dilamar Machado. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO. Prorrogada a Sessão por mais duas horas.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA (Requerimento): Eu queria fazer um Requerimento no seguinte sentido: será uma Sessão longa, penosa. Requeria, até para melhor conforto das pessoas, que nos honrassem com a sua presença, quarta-feira, que a Sessão fosse realizada no Plenário grande.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa determina que a assessoria tome providências nesse sentido.

 

O SR. ADROALDO CORRÊA (Questão de Ordem): Gostaria de encaminhar Requerimento. Para que a apreciação deste Projeto se desse às 18h.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa suspende a sessão por um minuto.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 18h23min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 18h27min): A Presidência reabre os trabalhos e comunica ao Ver. Adroaldo Corrêa, autor do Requerimento para que se fixasse o horário das 18 horas para apreciação deste Projeto de Lei que abre o comércio aos domingos e informamos ao Ver. Adroaldo Corrêa para a impossibilidade regimental para atender o Requerimento nos termos em que ele foi formulado.

 

O SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente, eu gostaria apenas, não declinando da necessidade de ter uma hora fixa, obviamente, atendendo às razões regimentais argüidas por V. Exª, de dizer que ter uma hora fixa não é orientação para este Vereador ou para o Plenário e, sim, para quem desta votação, exceto os Vereadores, quisesse participar, sendo apreciação da comunidade, pois a partir das 18 horas teria possibilidade de quem trabalha das 18 às 19 horas poder acompanhar pelo menos o processo de votação, já que a discussão teria sido iniciada. Neste sentido estamos retirando, dada a impossibilidade regimental, mas não a necessidade política de ver um horário definido e faremos isto na quarta-feira.

 

O SR. DILAMAR MACHADO (Requerimento): Sr. Presidente, eu creio que com esse Requerimento eu vou atender o interesse do Ver. Adroaldo Corrêa, que me parece lógico e justo, e mesmo dos comerciários aqui presentes, que na Sessão Ordinária de quarta-feira seja incluído, na Ordem do Dia, apenas este Projeto, consequentemente seu horário de discussão, encaminhamento e votação terá início às 14h15min.

 

O SR. PRESIDENTE: A Presidência entende, Ver. Dilamar Machado, que aí pode ser frustrado o Requerimento formulado pelo Ver. Adroaldo Corrêa, se o sentido é colaborar. A Mesa entenderia de outra forma. A Mesa entenderia que se devesse colocar este Projeto de Lei como último Projeto de Lei na Ordem do Dia de quarta-feira, e aí, não teremos dúvidas.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente, eu retiro o meu Requerimento e acompanho a sugestão de V. Exª, me parece mais lógica.

 

O SR. PRESIDENTE: Então, a Mesa determina à assessoria da Casa que coloque na quarta-feira próxima, na Ordem do Dia, este Projeto de Lei como último Projeto de Lei a constar na pauta. Me parece que assim se consegue uma justiça salomônica para atender aos interesses mais abrangentes.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, salomonicamente estou triste, 3h30min, e o livro ainda não chegou.

 

O SR. PRESIDENTE: Mas que V. Exª não se desequilibre emocionalmente, porque a Mesa vai responder à Questão de Ordem de V. Exª, e responderá de tal forma que V. Exª haverá de dar razão à justiça salomônica da Presidência dos trabalhos. Veja bem, Ver. João Dib, regula esta matéria o art. 11, § 1º, combinado com o art. 18 do Regimento Interno da Casa. O parágrafo 1º do art. 11 diz: “O Presidente será substituído em suas ausências pelos Vice-Presidentes e, após, pelos Secretários, segundo a ordem de sucessão”. Por sua vez, o art. 18 assim dispõe: “Nos casos de licença, impedimento ou ausência do Presidente por mais de cinco dias consecutivos, os Vice-Presidentes, Secretários da Mesa substituí-lo-ão pela ordem de sucessão e na plenitude de suas funções”. Portanto, nos casos em que o Presidente se afastar por mais de cinco dias não há exigência formal e regimental de que se lavrem atas para dar posse ao Vice-Presidente.

Apenas para informar a V. Exª, Ver. João Dib, acontece que a Diretora da Casa, segundo informações que vieram à Presidência, acabou por se casar, de maneira que merece os nossos encômios e saudações. V. Exª não há de entender contrariamente. E assumiu a Diretoria-Geral o Dr. Castro, que providenciou o livro, mas informou que um dos compartimentos está chaveado. De tal maneira que a Presidência invoca a situação de impedimento para atender o Requerimento formulado em tão boa hora por Vossa Excelência.

 

O SR. JOÃO DIB: A justiça salomônica será feita. Salomão não era árabe, mas os árabes sabem que se ela casou no sábado e o livro estava fechado, portanto, o livro não está assinado. V. Exª acaba de dizer que não houve transmissão de cargo, porque o livro estava fechado e a nossa jovem Diretora casou, e que seja muito feliz. Eu espero.

 

O SR. PRESIDENTE: Há um Requerimento do Ver. Clóvis Brum, para que o Projeto que trata do funcionamento do comércio aos domingos e feriados seja o último projeto a ser apreciado. Em votação o Requerimento do Ver. Clóvis Brum. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, a minha preocupação é tão-somente tornar oficial a decisão da Mesa.

 

O SR. PRESIDENTE: Está oficializada a decisão pelo beneplácito do Plenário.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 2245/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 189/91, de autoria do Ver. José Valdir, que denomina Avenida 10 de Maio um logradouro irregular localizado no Loteamento Jardim Passo das Pedras II.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Clóvis Brum: pela aprovação;

- da CUTHAB. Relator Ver. Adroaldo Corrêa: pela aprovação.

 

O SR. CLÓVIS BRUM (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de “quorum”.

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à verificação de “quorum”.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu queria fazer uma apelo aos nobres Pares: que ficassem para dar “quorum” para votar esses quatro Projetos que dão nomes às ruas do Passo das Pedras II, porque a Associação está aqui desde o início da tarde, apenas aguardando a votação desses Projetos. Eu ia encaminhar, mas abro mão, inclusive, do encaminhamento.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa aceita a sugestão de V. Exª, só que não pode obrigar os Srs. Vereadores a permanecerem no Plenário.

 

O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Sr. Presidente, visivelmente há “quorum”. Eu retiro o meu Requerimento de verificação de “quorum”.

 

O SR. PRESIDENTE: Então, continuamos na apreciação do Proc. nº 2245/91.

Em discussão. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Para encaminhar, com a palavra o Ver. João Dib

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Quero cumprimentar o Ver. José Valdir pelos dois Projetos de Lei que apresenta. E fico contente porque é numa área negociada na Administração João Dib, a área da Metralhadora. São 32 hectares, e recebe dois nomes, 10 de Maio e 02 de Fevereiro. A Exposição de Motivos não diz as razões, a não ser que a Assembléia de Moradores tenha dito isto e tem que ser respeitada por tal. Mas gostaria que o Ver. José Valdir viesse à tribuna e dissesse a razão disso para que conste nos Anais da Casa as razões dos dois nomes que serão dados às ruas. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha pelo PT o Ver. José Valdir.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, apenas para esclarecer ao Ver. João Dib e a outros Vereadores, porque não consta no Processo, a gente agregou posteriormente. São quatro Projetos, nomes tirados na assembléia de moradores na Associação do Passo das Pedras II. O Proc. nº 2245/91, que dá o nome de Avenida 10 de Maio, esse era o nome de uma das vilas que compõem o Passo das Pedras II, e 10 de maio foi o dia da oficialização da ocupação daquele local. O processo nº 2246/91, que dá o nome de 02 de fevereiro, essa é uma data de muita significação, pois neste dia a CEEE instalou a luz no Passo das Pedras II. O Proc. nº 2237/91, que dá o nome de Rua Jardim Vitória, porque esse era o nome de uma pequena vila de onde veio parte dos moradores do Passo das Pedras II. E por último o processo nº 2336/91 que dá o nome de Ceres Norte, também em lembrança a uma das Vilas que formou o Passo das Pedras II.

Acho que está esclarecido, a pedido do Ver. João Dib. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha pelo PMDB, o Ver. Clóvis Brum.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Vou tentar dar uma mão ao Ver. José Valdir. Em primeiro lugar, 10 de maio não é data de ocupação da área, V. Exª  labora num profundo equívoco, 10 de Maio é o nome de uma das Vilas que se instalou na área, nada a ver com a data de ocupação, até porque data de ocupação é outra, e quem ocupou aquela Vila foi os moradores da outra associação anterior. Mas 10 de Maio é o nome de uma vila que se instalou, inicialmente, próximo ao Jardim Leopoldina, e que tivemos oportunidade de, juntamente com a CEEE, fornecer energia elétrica para os moradores.

Com relação a 02 de fevereiro, tem razão o Ver. José Valdir, é de profunda significação, eis que a Administração, do Governador Pedro Simon, conseguiu levar a rede elétrica através de uma solicitação da Associação e deste Vereador. Então é de muita significação, V. Exª tem toda a razão, mas são aquelas coisas. É o reconhecimento do Vereador José Valdir ao trabalho da comunidade.

O que estranho é que não se possa comemorar uma data relativa ao trabalho desenvolvido pelo DEMHAB da Administração do Ver. José Valdir. Nós gostaríamos de comemorar quem sabe o loteamento oficial com a distribuição dos lotes legalizados aos moradores, aí botaríamos “Rua Lote nº 1”, que beleza, para marcar o trabalho do PT, porque até agora o PT está jogando com o trabalho dos outros, mas é normal, tudo bem. O importante é que o Vereador teve a chance de marcar a instalação da rede elétrica que custou muito sacrifício aos moradores e à administração da CEEE, em que pese as várias incomodações que causei ao Superintendente de Redes.

Seria importante, Vereador, incluir aí, entre seus Projetos, Avenida Vila Operária e também comemorar a rede elétrica que se instalou no Governo do PMDB na Vila Operária. Mas, de qualquer maneira, digo aos Senhores, eu não apresentaria um nome, por exemplo, um nome ligado ao PTB, ou ao PDT, para uma obra realizada pelo Governo do Prefeito Olívio Dutra. Eu não teria essa coragem, podem ter certeza que cada um pode enterrar os seus mortos, comemorar suas realizações, mas, por favor, devagar. Eu acho que tem que levar as coisas devagar, porque se a Casa não está meio atenta, aí nós vamos encontrar muitos engenheiros de obras prontas e acabadas. Então, os Senhores podem ficar tranqüilos, porque deste Vereador não vai partir nunca a iniciativa de denominar uma obra do Governo ou do Partido dos Trabalhadores com qualquer nome ou correlação a um líder político de um outro partido, porque senão vai ficar muito desagradável, mas acho que é meritória a iniciativa, eis que a Vila 10 de Maio há muito vem lutando para se estabelecer e ter um lugar para suas famílias. 02 de Fevereiro realmente é significativo, lá levamos a rede elétrica, é verdade.

E tem mais, gostaria que o Ver. José Valdir providenciasse um outro Projeto, porque nós já deixamos aprovado na CEEE a conclusão da rede até a Manuel Elias, e aí, Vereador, invente um outro nome e coloque significativamente a inauguração da nova rede. Porque o DEMHAB, em nível de obras, não fez nada até agora. Lá não chegou o DEMHAB, a não ser para fazer umas pequenas coisinhas. Até me disseram os moradores que já organizaram para dividir em lotes, mas sabem que essa história de divisão de lote entra DEMHAB, sai DEMHAB, e as pessoas não ganham o seu lotezinho para construir a sua casinha. Eu gostaria que o DEMHAB oficializasse o loteamento, vendesse os lotes imediatamente para as pessoas que lá estão. E aí sim o Ver. José Valdir poderá homenagear a sua Administração. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Projeto de Lei nº 189/91. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Requerimento de autoria do Ver. José Valdir, solicitando seja o PLL nº 189/91 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 2246/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 190/91, de autoria do Ver. José Valdir, que denomina Rua 2 de Fevereiro um logradouro irregular, no Loteamento Jardim Passo das Pedras II.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação;

-da CUTHAB. Relator Ver. Artur Zanella: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Requerimento do Ver. José Valdir, solicitando seja o PLL nº 190/91 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

(Obs.: Quando do encaminhamento do PLL nº 189/91, os Vereadores João Dib, José Valdir e Clóvis Brum, também encaminharam este Projeto, o PLL nº 190/91.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 2336/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 195/91, de autoria do Ver. José Valdir, que denomina Rua Ceres-Norte um logradouro irregular, localizado no Loteamento Jardim Passo das Pedras.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Clóvis Brum: pela aprovação;

- da CUTHAB. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Requerimento de autoria do Ver. José Valdir, solicitando seja o PLL nº 195/91 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-o aprovado nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 2337/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 196/91, de autoria do Ver. José Valdir, que denomina Rua Jardim Vitória um logradouro irregular, localizado no Loteamento Passo das Pedras 2.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação;

- da CUTHAB. Relator Ver. Artur Zanella: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Requerimento de autoria do Ver. José Valdir, solicitando seja o PLL nº 196/91 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, solicitamos o dia 26 de novembro para prestar uma homenagem ao Ver. Vicente Dutra, gostaria que o pedido fosse votado para podermos organizar a homenagem.

 

O SR. PRESIDENTE: Pois não, Ver. João Dib. Vamos ler a Ementa para que o Plenário tome ciência.

Requerimento, solicitando que o período de Comunicações da Sessão Ordinária do dia vinte e seis de novembro do corrente ano seja destinado à solenidade de entrega, ao Vereador Vicente Dutra, do título “Cavaliere Ufficiale Nell’Ordine al Mérito Della Republica Italiana.” Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 1223/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº  084/91, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que institui monumento de caráter histórico-cultural em homenagem a João Belchior Marques Goulart e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Omar Ferri: pela aprovação;

- da CUTHAB. Relator Ver. Clovis Ilgenfritz: pela aprovação;

- da CEC. Relator Ver. João Dib: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando seja o Proc. nº 1223/91, recém aprovado, dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. GIOVANI GREGOL (Requerimento): Solicito verificação de “quorum”.

 

O SR. 3º SECRETÁRIO: (Procede à verificação de “quorum”.) Sr. Presidente, presentes os Vereadores João Dib, Giovani Gregol, Vicente Dutra, João Bosco, Lauro Hagemann, Artur Zanella e Clovis Ilgenfritz.

 

O SR. PRESIDENTE: Constatada a inexistência de “quorum”, encerramos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Levanta-se a Sessão às 18h54min.)

  

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